Champions: Liverpool-Villarreal, 2-0 (crónica)

27 abr 2022, 22:15

Submarino afundou com dois tiros de rajada

Quem chega e aterra no Aeroporto John Lennon, em Liverpool, a primeira coisa que vê é um enorme submarino amarelo, exposto em homenagem aos Beatles. Quem esteve em Anfield na noite desta quarta-feira viu o mesmo, um Villarreal atracado em frente à baliza de Gerónimo Rulli. A equipa de Unai Emery colocou muitas dificuldades ao Liverpool, mas a equipa de Jurge Klopp acabou por afundar o submarino com dois tiros consecutivos no arranque da segunda parte.

Um início de segunda parte fulgurante dos Reds detonaram por completo a estratégia de Unai Emery que permitiu a Villarreal chegar vivo ao final da primeira parte. A eliminatória ainda não está fechada, mas pelo que vimos esta noite, podemos adiantar que o Liverpool está com um pé na final no Stade de France.

Uma primeira parte de sentido único, com o Liverpool a assumir desde logo as rédeas do jogo, com uma elevada posse de bola e a instalar-se no meio-campo do Villarreal. A equipa espanhola fechou-se muito bem, com duas linhas de quatro que se ia moldando às movimentações dos three fabs de Liverpool, esta noite compostos por Salah, Mané e Luis Díaz, que procuravam espaços entre linhas.

Montado o cerco, o Liverpool começou a criar oportunidades atrás de oportunidades, procurando brechas no bloqueio espanhol, com Alexander-Arnold e Robertson a darem largura, Fabinho e Thiago Alcántara a procurarem lançar os avançados, com passes a sobrevoar a primeira barreira amarela.

Um jogo do rato e do gato, mas sempre com a sensação que o Liverpool podia chegar ao golo a qualquer momento. Salah, Mané e também Luis Díaz tiveram boas oportunidades para abrir o marcador, tal como Thiago Alcántara que encerrou a primeira parte com uma bomba no poste da baliza de Rulli.

O Villarreal chegou, no entanto, vivo ao intervalo. É verdade que a equipa espanhola raramente passou do meio-campo, não deu qualquer trabalho a Alisson, mas também é verdade que defendeu sempre com equilíbrio e um bom posicionamento. Prova disso é que fez apenas uma falta na primeira parte.

Dois tiros no submarino e mais dois ao lado

Uma estratégia que ruiu em dois tempos no início da segunda parte, com o Liverpool a chegar ao ambicionado golo cedo. Um lance em que a bola passou por toda a frente de ataque até chegar a Henderson que rematou forte. A bola sofreu um desvio em Estupiñan e sobrevoou Rulli para encaixar nas redes. Estava aberto o caminho para a vitória. O segundo chegou logo a seguir, dois minutos depois, com Salah a colocar a bola por entre as pernas de Pau Torres e a lançar Sadio Mané para o segundo da noite. Por momentos pareceu que o Villareal ia colapsar por completo, até porque o Liverpool teve mais dois golos anulados, a Fabinho e Robertson, e Van Dijk esteve perto do terceiro com uma bomba do meio da rua.

Unay Emery conseguiu reequilibrar a sua equipa a partir do banco, e Jurge Klopp ainda procurou uma nova vaga com Diogo Jota Origi e Gomez. O Liverpool ainda voltou a construir o cerco, Luis Díaz ainda esteve perto do terceiro, mas os Reds já não conseguiram ampliar a vantagem. O Villarreal resistiu ao assalto final e, aos 87 minutos, até conseguiu o primeiro remate enquadrado com a baliza de Alisson o que dá bem conta do que foi o jogo da equipa do La Ceramica.

Muito Liverpool e pouco Villarreal, em comparação com o que tínhamos visto em Turim e, sobretudo, em Munique, deixam antever um caminho aberto para a equipa de Anfield regressar à final da Champions.

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