"Ninguém esperava que tantas pessoas estivessem a conduzir bêbedas": carros apreendidos na Letónia a condutores embriagados estão a ser enviados para a Ucrânia

9 mar 2023, 15:57
Protesto a favor da Ucrânia na Letónia (AP)

Letónia é dos países europeus com pior registo de condução sob o efeito de álcool

A Letónia está a enviar para a Ucrânia carros apreendidos a condutores embriagados, uma medida destinada a apoiar o esforço de guerra de Kiev.

No final do ano passado, o país adotou uma lei que permitia ao Estado apreender os veículos de quem fosse apanhado a conduzir com 1.5mg de álcool por 100ml de sangue, três vezes mais que a quantidade legal permitida.

De acordo com a Reuters, que cita a operadora pública local, a LSM, a Letónia é dos países europeus com pior registo de condução sob o efeito de álcool, com cerca de 3500 casos anuais. O cumprimento da lei publicada no ano passado levou à apreensão de cerca de 200 veículos, destinados a venda. O elevado número de veículos confiscados fez com que o processo ficasse difícil de controlar.

Para aliviar a pressão das instituições estatais, foi aprovada no parlamento do país uma lei para que estes veículos fossem enviados para a Ucrânia, não só para as forças armadas como também para instituições como hospitais. O primeiro lote de sete veículos, diz a Reuters, saiu esta quarta-feira rumo à Ucrânia.

"Ninguém esperava que tantas pessoas estivessem a conduzir bêbedas, o Estado não consegue vender os carros ao ritmo que as pessoas bebem. Por isso é que tive a ideia de enviá-los para a Ucrânia", afirmou Reinis Poznaks, líder da ONG Twitter Convoy, encarregado de levar os carros para o país invadido.

Poznaks afirma que o governo letão prometeu entregar 24 carros todas as semanas. “Vai ser um grande teste à nossa capacidade, somos praticamente todos voluntários”, afirmou, citado pela Reuters.

Desde o início da invasão, e ainda antes de a lei ter sido publicada, a Twitter Convoy já enviou 1.200 veículos para a Ucrânia. No total, a organização angariou dois milhões de euros para a compra, renovação e transporte destes veículos. “Estamos preparados para fazer praticamente tudo para apoiar a Ucrânia”, garantiu Poznaks.

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