Foguetão descolou às 18:02 (21:02 em Portugal Continental)
O foguetão europeu Ariane 6 foi lançado com sucesso na terça-feira à noite do centro espacial de Kourou, na Guiana Francesa, de acordo com a agência de notícias France-Presse.
Neste terceiro voo comercial, o Ariane 6 deverá colocar em órbita o Sentinel-1D, um novo satélite para observação ambiental.
O foguetão descolou às 18:02 (21:02 em Portugal Continental), seguido pela separação do foguetão e do satélite, 33 minutos e 51 segundos após a descolagem.
O satélite a bordo, que pesa pouco mais de duas toneladas, será colocado numa órbita heliossíncrona a cerca de 700 quilómetros de altitude.
Este tipo de órbita permite que o satélite passe perto dos polos e sobrevoe todos os pontos da Terra à mesma hora solar, o que facilita a comparação de imagens ao longo do tempo.
Fabricado pela Thales Alenia Space, no âmbito do programa Copernicus, a componente de observação da Terra do programa espacial da União Europeia, o satélite fornecerá dados essenciais e valiosos para cientistas, autoridades e instituições de todo o mundo para monitorizar as alterações no gelo marinho, icebergues e glaciares, e para detetar derrames de petróleo, desflorestação e os efeitos das alterações climáticas, como inundações e deslizamentos de terra.
O Sentinel-1D tem uma vida útil planeada de sete anos e meio. Está previsto que se junte ao Sentinel-1C, lançado em dezembro de 2024, e substitua o Sentinel-1A, lançado em 2014, que se aproxima do fim da sua vida útil.
"Estes satélites operam em pares, são muito semelhantes, quase idênticos", explicou Pier Bargellini, responsável do programa Copernicus da Agência Espacial Europeia, após uma conferência de imprensa.
O presidente executivo da Arianespace, David Cavaillolès, elogiou a precisão do lançamento.
"Isto permite que o cliente utilize o seu satélite durante mais tempo, pois não precisa de utilizar combustível para atingir a órbita correta", explicou após a descolagem.
Pelo menos mais um voo comercial do Ariane 6 está planeado antes do final do ano.
Em meados de setembro, a Arianespace reviu em baixa a previsão de lançamentos comerciais do Ariane 6 em 2025, de cinco para quatro, mas prometeu duplicar este número em 2026.
Com estes lançamentos do Ariane 6, a Europa recupera a autonomia no acesso ao espaço, crucial no contexto de maior tensão nos laços diplomáticos entre os Estados Unidos e a Rússia.