Após a invasão total da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, Kirill Dmitriev foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos EUA, que o considerou um “colaborador próximo de Putin” e da sua família
O principal enviado económico da Rússia chegou aos Estados Unidos para conversações “oficiais”, poucos dias depois de o Presidente Donald Trump ter anunciado novas e duras sanções contra a Rússia, disseram à CNN fontes com conhecimento da visita.
De acordo com as fontes, Kirill Dmitriev, chefe do fundo soberano russo (RDIF) e enviado especial do Kremlin, deverá reunir-se com funcionários da administração Trump “para continuar as discussões sobre a relação EUA-Rússia”.
A visita surge no meio da crescente frustração dos EUA com a recusa do Kremlin em pôr fim à guerra na Ucrânia e depois de Trump ter dito que tinha “cancelado” uma cimeira prevista com o seu homólogo do Kremlin, Vladimir Putin.
Dmitriev - que tem sido um proeminente defensor do Kremlin para uma cooperação económica mais estreita entre a Rússia e os Estados Unidos - propôs recentemente a construção de um túnel “Trump-Putin” entre o Alasca e o Extremo Oriente russo.
Nascido na Ucrânia da era soviética e formado em Harvard e Stanford, nos EUA, Dmitriev trabalhou como consultor na empresa de consultoria americana McKinsey e como banqueiro de investimentos na Goldman Sachs.
Após a invasão total da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, Dmitriev foi sancionado pelo Departamento do Tesouro dos EUA, que o considerou um “colaborador próximo de Putin” e da sua família.
O Departamento do Tesouro escreveu em 2022 que “Putin e o seu círculo íntimo de comparsas há muito que contam com o RDIF e Dmitriev para angariar fundos no estrangeiro, incluindo nos Estados Unidos”.
Em abril, Dmitriev tornou-se o primeiro funcionário russo a visitar Washington, DC, desde a invasão total da Ucrânia pela Rússia. Na altura, a sua visita - durante a qual se encontrou com o enviado de Trump, Steve Witkoff - foi vista como um passo importante nas relações entre o Kremlin e a Casa Branca, que estavam então a aquecer.
O governo americano levantou temporariamente as sanções contra Dmitriev para permitir que o Departamento de Estado lhe concedesse um visto de entrada nos EUA, revelou uma fonte à CNN em abril.