Coreia do Norte dispara mais dois mísseis (e vão quatro em janeiro)

Agência Lusa , CM
17 jan 2022, 06:27
Kim Jong-un (Korean Central News Agency/Korea News Service via AP)

Alguns especialistas dizem que o líder norte-coreano Kim Jong-un está a regressar a uma técnica testada e comprovada de pressionar os EUA e os vizinhos regionais com lançamentos de mísseis e ameaças, antes de oferecer negociações destinadas a obter concessões

Não há dois sem quatro e a Coreia do Norte disparou hoje para o mar o que se suspeita serem mais dois mísseis balísticos, naquele que é o quarto lançamento de armas em janeiro, de acordo com o exército da Coreia do Sul.

Os chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disseram que o Norte terá disparado dois mísseis balísticos de uma área em Sunan, a localização do aeroporto internacional de Pyongyang.

O gabinete do primeiro-ministro do Japão também informou que foi detetado um possível lançamento de mísseis balísticos da Coreia do Norte, também sem fornecer mais pormenores.

A guarda costeira nipónica emitiu um aviso para os navios que percorrem as águas japonesas para se precaverem.

O lançamento ocorreu após a Coreia do Norte ter realizado um par de testes de voo de um suposto míssil hipersónico a 5 e 11 de janeiro e também de mísseis balísticos de um comboio, numa aparente represália por novas sanções impostas pelos Estados Unidos na semana passada devido, precisamente, aos contínuos testes.

Pyongyang tem vindo a intensificar os testes nos últimos meses de novos mísseis concebidos para sobrecarregar as defesas antimíssil na região.

O regresso da técnica de Kim Jong-un

Alguns especialistas dizem que o líder norte-coreano Kim Jong-un está a regressar a uma técnica testada e comprovada de pressionar os EUA e os vizinhos regionais com lançamentos de mísseis e ameaças, antes de oferecer negociações destinadas a obter concessões.

Um impulso diplomático liderado pelos EUA com o objetivo de convencer a Coreia do Norte a abandonar o seu programa de armas nucleares entrou em colapso em 2019, após a administração liderada por Donald Trump ter rejeitado as exigências de Kim Jong-un, no sentido de um alívio de sanções importantes em troca de uma rendição parcial das suas capacidades nucleares.

Desde então, o líder norte-coreano comprometeu-se a expandir ainda mais um arsenal nuclear que vê como uma garantia de sobrevivência, apesar do impacto na economia do país devido ao encerramentos de fronteiras relacionados com a pandemia de covid-19 e das sanções lideradas pelos Estados Unidos.

Até agora, o seu governo rejeitou o apelo da administração de Joe Biden para retomar o diálogo sem condições prévias, dizendo que Washington deve primeiro abandonar a sua "política hostil", um termo que Pyongyang utiliza principalmente para descrever sanções e exercícios militares combinados entre os EUA e a Coreia do Sul.

Na semana passada, o Departamento do Tesouro dos EUA impôs sanções a cinco norte-coreanos sobre o seu papel na obtenção de equipamento e tecnologia para os programas de mísseis do Norte, numa resposta aos testes do Norte no início deste mês.

O Departamento de Estado ordenou sanções contra outro norte-coreano, um cidadão russo e uma empresa russa, pelo seu apoio mais amplo às atividades de armas de destruição maciça da Coreia do Norte, e a administração Biden também disse que iria avançar com a proposta de sanções adicionais da ONU.

 

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