Kim Jong-un garante que usará bomba atómica como resposta a ataque nuclear

Agência Lusa , RL
19 nov 2022, 00:24
Kim Jong-un numa imagem divulgada pela agência de notícias oficial norte-coreana

Líder da Coreia do Norte supervisionou o lançamento de um míssil balístico intercontinental, tendo pedido a "aceleração da dissuasão nuclear" perante a "situação perigosa" na península norte-coreana

O presidente norte-coreano, Kim Jong-un, assegurou esta sexta-feira que utilizará a bomba atómica em caso de um ataque nuclear contra o seu país, referiu a agência estatal KCNA, na sequência do lançamento de um míssil balístico de alcance intercontinental.

Pyongyang "responderá resolutamente às armas nucleares com armas nucleares e ao confronto total com confronto total", destacou Kim, citado pela KCNA, durante a supervisão do lançamento do míssil.

Kim Jong-un presidiu ao lançamento “bem-sucedido” do míssil balístico intercontinental Hwasong-17 (ICBM), tendo pedido a "aceleração da dissuasão nuclear" perante a "situação perigosa" na península, referiu a agência estatal norte-coreana.

O "novo míssil balístico intercontinental Hwasong-17", definido como um "marco crucial no fortalecimento das forças nucleares", voou 999,2 quilómetros antes de cair nas águas do mar do Japão, segundo o KCNA, com os dados divulgados a estarem de acordo com o divulgado previamente por Tóquio e Seul.

A Coreia do Norte lançou esta sexta-feira um míssil balístico intercontinental que caiu na Zona Económica Exclusiva (ZEE) do Japão, ao largo da ilha de Hokkaido, no norte, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, considerando o disparo “absolutamente inaceitável”.

Segundo revelou esta sexta-feira um responsável norte-americano, os Estados Unidos querem convocar o Conselho de Segurança da ONU e pedir à China, aliada do regime norte-coreano, que ajude a refrear Pyongyang.

Os Estados Unidos querem que a China "use a sua influência para convencer a RPDC [República Popular Democrática da Coreia]”, afirmou a mesma fonte, usando o acrónimo para o nome oficial da Coreia do Norte.

Em resposta ao lançamento, os militares sul-coreanos e norte-americanos responderam com testes de bombas guiadas a partir de caças F-35, além de realizarem outras manobras aéreas combinadas sobre o Mar do Leste.

São duas operações que simulam ataques preventivos e, inclusive, operações punitivas contra os norte-coreanos, naquela que é uma dura mensagem para Pyongyang.

O lançamento norte-coreano foi realizado a partir da zona de Sunan, onde se situa o aeroporto internacional de Pyongyang, local escolhido pelo regime para lançar também outros mísseis balísticos intercontinentais em fevereiro, março e no passado 03 de novembro, embora dois destes lançamentos tenham sido mal sucedidos.

O lançamento soma-se aos 30 projéteis - número recorde - , que Pyongyang disparou no início de novembro em resposta a grandes manobras aéreas de Seul e Washington, incluindo outro míssil desse tipo - o lançado no dia 03 de novembro - que aparentemente falhou e caiu prematuramente nas águas do mar do Japão.

A tensão na península atinge níveis sem precedentes devido aos repetidos testes de armas norte-coreanos, às manobras dos aliados e à possibilidade de que, conforme indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un já esteja pronto para realizar o seu primeiro teste nuclear desde 2017.

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