“São dos nossos? São dos nossos!”: Kherson, dia inesquecível-dia emocionante ("ZSU, ZSU, ZSU")

11 nov 2022, 18:24
Kherson

Militares pegados ao colo e gente a chorar agarrada a eles: eis as imagens e os vídeos. A bandeira ucraniana voltou ao centro da cidade mas há uma outra ao lado dela: a da UE

"Kherson regressou ao controlo ucraniano. Unidades das Forças Armadas ucranianas entraram na cidade", declarou o Ministério da Defesa ucraniano. Era o anúncio por que todos os ucranianos ansiavam, depois de mais de oitos meses de guerra e ocupação naquela que era uma das principais conquistas dos russos.

Mesmo privados de eletricidade, água ou gás, centenas de habitantes de Kherson correram para as ruas para celebrar a libertação da ocupação russa, erguendo bandeiras em locais históricos, edifícios administrativos e nas janelas das suas casas. Na principal praça surgem imagens emocionantes dos momentos em que os primeiros soldados ucranianos pisam o solo da cidade.

Centenas de habitantes de Kherson que tomaram a decisão de não fugir receberam em euforia estes militares, entre lágrimas e o canto do hino nacional ucraniano. Num dos muitos vídeos partilhados é possível ver os civis a carregar um militar ao colo enquanto gritam “ZSU, ZSU, ZSU”, a sigla das forças armadas do país, e “Kherson é Ucrânia” enquanto o soldado filma o momento.

Bem no coração de Kherson, na sua principal praça, multiplicam-se o número de bandeiras que aparecem expostas. Mas uma ganha maior destaque - não só por ser diferente mas também pelo simbolismo da luta ucraniana: a bandeira da União Europeia.

Depois de oito meses de ocupação teme-se que haja vestígios do rasto de violência russo ainda maiores do que em Bucha, onde mais de 458 civis foram encontrados mortos - muitos dos quais com sinais de execução e de tortura. Entretanto, os civis retiraram os cartazes de propaganda russa que dizem “A Rússia está aqui para sempre".

A alegria da libertação não é só sentida na maior cidade da região. Um pouco por todas as localidades da região, os militares ucranianos registam imagens de civis que vêm a correr na sua direção, com flores e bandeiras nas mãos para os abraçar de forma emocionada. “São dos nossos? São dos nossos!”, diz uma senhora da vila de Novotahynka.

Após o anúncio da retirada russa, o lado ucraniano tinha sido muito cauteloso. Zelensky recordou que “o inimigo não dá presentes” e disse que a recuperação da cidade ia ser feita devagar. Mas a verdade é que soldados ucranianos acabaram mesmo por entrar na cidade e esta tornou-se um dia de felicidade e festejos. Nem mesmo o frio fez com que a população de Kherson não saísse à rua para celebrar, de mãos dadas, à volta de uma fogueira.

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