Juventus: pagamento de 20 milhões a Ronaldo está na mira da justiça

26 out 2022, 12:53
Cristiano Ronaldo (Juventus)

Salários congelados durante a pandemia sob investigação

A autoridade tributária de Turim acusou de fraude fiscal a Juventus, o seu presidente, Andrea Agnelli, bem como o vice-presidente Pavel Nedved e o antigo diretor desportivo Fabio Paratici, e um documento relacionado com o contrato de Cristiano Ronaldo está sob a mira da investigação.

Segundo noticia o Tuttosport, em março de 2020 e sem receitas devido à pandemia de covid, a Juventus chegou a um acordo com vários jogadores e com o seu treinador à época, Maurizio Sarri, para uma redução de remuneração por quatro meses até ao final dessa época, o que permitiria uma poupança de 90 milhões de euros no orçamento.

No caso de Ronaldo, essa poupança chegaria a um valor de 19,8 milhões de euros.

A questão, de acordo com os procuradores, é que o pagamento não foi cancelado, mas apenas adiado para as épocas seguintes, mesmo no caso de transferência para outro clube, como aconteceu com Ronaldo, que saiu para o Manchester United em agosto de 2021.

Esta discrepância pode ser enquadrada como crime porque a Juventus não comunicou o acordo tanto aos seus acionistas e à bolsa de valores, tendo melhorado de forma artificial o seu balanço financeiro e produzido falsas informações.

Em sua defesa, a Juventus argumenta que não cometeu qualquer irregularidade, sustentando que à data informou as partes e citando uma parte do comunicado em que refere: «Se as competições desportivas da presente época recomeçarem, a empresa e os sócios negociarão de boa fé com base na retoma e na efetiva conclusão destas.»

O clube de Turim acrescenta que, mesmo nos meios de comunicação, «ficou claro de não se tratar de uma renúncia definitiva [dos jogadores aos seus salários]», pelo que a Juve considera que essa informação já era de domínio público.

No entanto, em causa está um documento em que o clube se compromete a pagar 20 milhões de euros a Ronaldo. Ora, essa prova, contraria a versão da Juventus e pode ter relevância para a justiça desportiva e civil, de acordo com o que se noticia em Itália. 

De referir que os procuradores pediram a prisão domiciliária de Agnelli como medida cautelar, mas o juiz de instrução negou o pedido.

Em causa está uma investigação a alegadas mais-valias fictícias relativas a transferências de jogadores, além dos ordenados congelados durante a pandemia de covid-19, com faturação adulterada e comunicações falsas ao mercado de valores.

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