João Rendeiro está "aparentemente bem", diz advogada. Recurso à prisão preventiva ainda não entrou em tribunal

20 dez 2021, 15:43
João Rendeiro transferido para o Tribunal de Família de Verulam (Lusa)

June Marks está confiante de que o processo de recurso vai ser analisado como sendo urgente

João Rendeiro está "aparentemente bem". Quem o diz é June Marks, advogada do antigo presidente do Banco Privado Português, que se encontra detido desde o dia 11 de novembro, na África do Sul.

O ex-banqueiro aguarda em prisão preventiva o início do processo de extradição, que tem data prevista para 10 de janeiro, mas que ainda está pendente do recurso que vai ser mobilizado pela defesa. À CNN Portugal, June Marks confirma que o recurso ainda não está finalizado, remetendo para os próximos dias a entrada do processo, que tem de ser colocado em tribunal até 31 de janeiro.

Apesar de os tribunais na África do Sul entrarem agora numa pausa festiva, June Marks está confiante de que o processo vai ser analisado antes de 10 de janeiro: "Estão de férias, mas podem continuar a deliberar em casos de processos urgentes".

A advogada confirmou que João Rendeiro se encontra numa cela com outros prisioneiros, sabendo a CNN Portugal que se tratam de reclusos de nacionalidade moçambicana que estão a cumprir pena por delitos comuns. Ali, e de acordo com a informação que foi possível apurar, o ex-banqueiro raramente sai da cela, tendo direito a uma refeição completa por dia.

Depois de três meses fugido à Justiça portuguesa, João Rendeiro foi detido a 11 de novembro num hotel de luxo em Durban. Atualmente está a cumprir a prisão preventiva em Westville, uma das maiores e mais perigosas peças da África do Sul.

O Tribunal de Verulam recusou o pedido de caução de João Rendeiro, que se propôs a pagar 2.200 euros para ficar em liberdade até ao julgamento.

O antigo presidente do BPP foi condenado pela Justiça portuguesa em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, um deles já transitado em julgado, tendo o tribunal dado como provado que retirou daquela instituição 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP em 2010 lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

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