Juíza da Operação Marquês faz participação à Ordem dos Advogados por causa de requerimento de Delille

4 nov, 10:30
Pedro Delille

Presidente do coletivo de juízes não gostou da forma como o até aqui advogado de José Sócrates se dirigiu ao tribunal

A juíza Susana Seca vai fazer uma participação de Pedro Delille à Ordem dos Advogados, na sequência do requerimento entregue em tribunal em que o jurista informa que vai deixar de representar José Sócrates.

A presidente do coletivo de juízes entende que o requerimento de Pedro Delille feriu os princípios da urbanidade a que estão sujeitos os advogados.

Em causa está um requerimento em que Pedro Delille diz, entre outras coisas, que este é um “julgamento a brincar”.

"Informo vossa excelência que renuncio ao mandato que me foi conferido pelo senhor engenheiro José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa para o representar no processo acima referenciado, o que faço por razões deontológicas: fiquei definitiva e absolutamente convencido, após o episódio da passada quinta-feira, que soma a tudo o resto oportunamente denunciado, de que continuar neste julgamento violenta em termos insuportáveis a minha consciência e a ética que me imponho, a minha independência, integridade e dignidade profissional e pessoal - repudio e recuso participar e validar, um minuto mais que seja, neste simulacro de julgamento, neste "julgamento de brincar", lê-se na carta a que a CNN Portugal teve acesso e na qual Delille diz ainda que a renúncia tem "efeitos imediatos".

O antigo primeiro-ministro vai ser representado nas próximas sessões pelo advogado oficioso José Manuel Ramos, que pediu um adiamento de pelo menos 48 horas, mas que viu esse requerimento negado.

José Sócrates, de 68 anos, está pronunciado (acusado após instrução) de 22 crimes, incluindo três de corrupção, por ter alegadamente recebido dinheiro para beneficiar em dossiês distintos o grupo Lena, o Grupo Espírito Santo (GES) e o resort algarvio de Vale do Lobo.

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