Sócrates responde a "velhacas acusações" de Costa e fala em "intriga" na direção do PS: "Eu nunca menti a ninguém"

21 abr 2022, 13:41

António Costa considera que Sócrates "aldrabou" os socialistas no âmbito do caso Marquês. Em resposta, o ex primeiro-ministro acusa o PS de "velhacaria" e "intriga" que "apenas evidenciam a reserva mental com que a direção sempre encarou o Processo"

José Sócrates reagiu às declarações de António Costa, que considera que o antigo primeiro-ministro enganou os socialistas quando passou a mensagem de que a mãe teria herdado uma fortuna da família. "Concluo que ele, de facto, aldrabou-nos [ao PS]", pode ler-se na edição atualizada da biografia de Mário Soares.

Em declarações à TVI (órgão do mesmo grupo da CNN Portugal), José Sócrates respondeu ao que considerou "velhacas acusações" do atual primeiro-ministro: "Eu considero isso uma velhacaria porque eu pensava que essa intriga sobre a herança da minha mãe vinha do Ministério Público. Vejo agora que vinha, afinal, da direção do PS" começou por referir, frisando que essas declarações "apenas evidenciam a reserva mental com que a direção do PS sempre encarou o Processo Marquês".

"Pela frente alegavam que estavam em silêncio, mas por detrás faziam uma intriga contra mim baseada em falsidades", afirmou José Sócrates

Confrontado sobre a acusação do processo não ter rasto dos cinco milhões de euros, José Sócrates reitera que apresentou provas: "Eu nunca menti a ninguém. Pelo contrário: vi-me obrigado pela instrução do processo Marquês a provar tudo aquilo que eu estou a dizer, através das escrituras que entreguei e que provam as heranças da minha mãe".

 "Veja ao que me vi obrigado, à humilhação que me foi infligida", lamenta o antigo primeiro-ministro.

As declarações de Costa surgem no contexto da descrição da única visita que fez ao antigo líder socialista e primeiro-ministro José Sócrates no Estabelecimento Prisional de Évora, a 31 de dezembro de 2014, onde encontrou Mário Soares, uma presença que não estaria prevista e que terá servido para condicionar o diálogo entre António Costa e o ex-governante detido. José Sócrates estava na altura preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada.

Na decisão instrutória da Operação Marquês, o juiz Ivo Rosa decidiu que José Sócrates, inicialmente acusado de 31 ilícitos, ia a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos.

O caso encontra-se ainda em fase de recurso no Tribunal da Relação de Lisboa.

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