O homem que venceu o "domínio colonial português" ou o "ditador". As reações à morte de José Eduardo dos Santos são muito diferentes

Agência Lusa , CV
8 jul 2022, 14:36
José Eduardo dos Santos (Andre Kosters, AP)

O ex-presidente de Angola morreu em Barcelona esta sexta-feira. Tinha 79 anos. Reunimos as reações que vão chegando dos mais variados quadrantes políticos e sociais

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República enviou hoje as condolências ao seu homólogo de Angola, João Lourenço, pela morte do antigo chefe de Estado José Eduardo dos Santos, “protagonista decisivo” nas relações entre os dois países e povos.

“O Presidente José Eduardo dos Santos foi o interlocutor de todos os Presidentes Portugueses em Democracia, durante quatro décadas, constituindo um protagonista decisivo nas relações entre os Estados e os Povos Angolano e Português”, lê-se na mensagem oficial publicada no sítio da internet da Presidência da República.

Nessa nota de três parágrafos, refere-se ainda que “Portugal testemunha o respeito devido a essa longa memória, em período determinante para o nascimento e o arranque da CPLP e do engrandecimento” das “relações bilaterais após a descolonização”.

MPLA

O Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), partido do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, manifestou “consternação” pela sua morte e anunciou esta sexta-feira que suspendeu toda a sua atividade política até ao fim do luto nacional.

"Neste momento já suspendemos toda a atividade política do partido. Não vamos realizar qualquer outro ato até que termine o luto nacional”, afirmou, em declarações à Lusa, o porta-voz do MPLA Rui Falcão.

Rui Falcão adiantou que o partido, " além de acompanhar o programa de Estado" irá ter um programa próprio de homenagem ao ex-presidente, sobre o qual disse não poder adiantar, para já, pormenores.

"O que lhe posso dizer é que é um momento de profunda consternação", concluiu.

António Martins da Cruz 

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros português António Martins da Cruz salientou que o ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, que morreu esta sexta-feira, soube ganhar a paz após a guerra civil e transformou Angola numa potência de África.

“José Eduardo dos Santos foi um grande presidente angolano e africano, porque ganhou a longa guerra civil - de 1975 até 2002 -, mas a seguir soube ganhar a paz, ou seja, integrar os generais e oficiais da Unita nas Forças Armadas de Angola e chamar vários membros da Unita para o seu próprio governo. Transformou Angola numa potência regional e marcou o tempo angolano e o tempo africano”, afirmou.

Em declarações à Lusa, o antigo diplomata assinalou que José Eduardo dos Santos “soube construir uma democracia” e que Angola pode ser “um exemplo” para outras nações africanas.

Enfatizando a criação de “um sistema partidário que funciona” e “eleições que são fiscalizadas por observadores internacionais”, Martins da Cruz recordou as “dezenas de vezes” que esteve com o antigo chefe de Estado angolano, destacando ainda ter sido “o único português convidado para o último aniversário” celebrado durante a sua presidência.

“Tinha um enorme respeito por Portugal. Sabia exatamente qual era o papel que tínhamos desempenhado para a paz em Angola durante as negociações de paz e respeitava muito as relações com Portugal. Soube sair como presidente e saiu de Angola para não se meter no dia a dia da governação. O atual presidente, João Lourenço, foi o seu último ministro da Defesa e creio que até aí teve um papel para preservar o equilíbrio político e a paz”, acrescentou.

Cavaco Silva

O antigo Presidente da República Cavaco Silva enviou hoje “as mais sentidas condolências” à família do ex-chefe de Estado angolano José Eduardo dos Santos, que recordou como um “artífice decisivo na construção da paz”.

“No momento da morte do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, envio à sua família as mais sentidas condolências e ao povo amigo de Angola uma palavra de conforto pela partida de uma notável figura nacional”, dá conta uma nota do gabinete de Cavaco Silva.

O antigo Presidente português recorda Eduardo dos Santos como “um artífice decisivo na construção da paz e da reconciliação nacional da nação angolana”, com quem mantinha “uma duradoura relação de confiança, que permitiu ultrapassar as dificuldades que marcavam as relações” entre os dois países na década de 1980.

“Testemunhei o seu firme empenho pessoal e as decisões particularmente difíceis e complexas que tomou. Com José Eduardo dos Santos, de inteligência fina, convincente na argumentação, sereno e sábio no uso da palavra, foi possível reforçar a cooperação entre Portugal e Angola”, considerou o ex-chefe de Estado de Portugal.

Ao longo dos anos, prosseguiu Cavaco Silva, a relação entre Portugal e Angola passou “da desconfiança” à “amizade e isso deve-se, em grande medida, a José Eduardo dos Santos”. “Neste momento de despedida, presto-lhe a minha homenagem”, finalizou.

João Soares

O socialista e ex-ministro da Cultura João Soares lamentou a morte do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, considerando que foi “o chefe da nomenclatura cleptocrática” durante muitos anos.

“Teve os melhores cuidados médicos, sobretudo fora de Angola, porque infelizmente a Angola que ele e o João Lourenço deixam, eles são inseparáveis apesar do drama ‘shakespeariano’ entre eles, é uma Angola onde ninguém pode ter um tratamento médico decente, nem sequer a nomenclatura cleptocrática que governa Angola há 48 anos”, disse à agência Lusa João Soares.

Segundo o socialista, José Eduardo dos Santos foi “o chefe desta nomenclatura durante muitos anos” que passou o poder a João Lourenço, atual Presidente, uma vez que “nunca houve eleições livres em Angola”.

João Soares criticou também a educação em Angola ao considerar que “é uma desgraça” e lamentar que “a maior parte da nomenclatura” venha estudar para o estrangeiro, nomeadamente para Portugal.

O antigo ministro da Cultura disse igualmente que “não há o mínimo de segurança social em Angola”, frisando que “basta lá ir por uma semana para perceber o desastre de país que é”, apesar de ter “todas as condições para ser um dos mais produtivos”.

“Eles [José Eduardo dos Santos e João Lourenço] são o poder de uma cleptocracia há 50 anos, eles vão ultrapassar o tempo que durou a ditadura do Estado novo em Portugal e foi uma conjugação de métodos entre aquilo que foram os métodos de Salazar e do Marcelo Caetano e os métodos dos países comunistas”, precisou.

João Soares recordou ainda que José Eduardo dos Santos e João Lourenço foram educados “pela escola salazarista no tempo em que eram mais jovens, e pela escola comunista, quando foram para o exílio”.

PCP 

O PCP transmitiu as “sentidas condolências” ao MPLA e à população angolana pela morte do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, considerando que conduziu o país “à vitória sobre o domínio colonial português”.

Em comunicado, o PCP “transmite ao Movimento Popular para a Libertação de Angola [MPLA] e ao povo angolano as sentidas condolências” pela morte de José Eduardo dos Santos.

Os comunistas recordam Eduardo dos Santos como um homem “que conduziu o povo angolano à vitória sobre o domínio colonial português” enquanto presidente do MPLA e que depois de ser eleito Presidente da República travou “duríssimos combates, com dificuldades e complexidades”, pela defesa e consolidação da independência do país, e “contra a agressão imperialista e racista”.

“Recordando a contribuição de José Eduardo dos Santos para o desenvolvimento das tradicionais relações de amizade e solidariedade entre o PCP e o MPLA, assim como para as relações entre o povo português e o povo angolano, o PCP reitera ao MPLA o seu sentido pesar e a sua solidariedade”, lê-se no comunicado.

Chega

O presidente do Chega endereçou os seus sentimentos à família de José Eduardo dos Santos, mas considerou que o ex-Presidente de Angola foi "um ditador" e um dos "principais responsáveis pelo enorme empobrecimento do povo angolano".

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura apresentou os seus "sentimentos à família de José Eduardo dos Santos e também ao povo angolano" pela morte de José Eduardo dos Santos, aos 79 anos, após doença prolongada.

"Acompanhamos nesse sentido o luto da família e do povo angolano, que saudamos", afirmou.

O líder do Chega criticou, no entanto, o ex-Presidente da República, considerando que "que usou o poder do Estado angolano para se prolongar e perpetuar no poder, às vezes com recurso a violência, à morte e à intimidação".

"Reconhecendo a dor familiar e a dor de muitos cidadãos angolanos, hoje (sexta-feira) também não podemos esquecer o ditador, o homem que apesar das promessas de democratização, verdadeiramente nunca o conseguiu concretizar", salientou.

Ventura defendeu igualmente que José Eduardo dos Santos "aglomerou toda a família como uma verdadeira elite de poder, uma cleptocracia, com tiques de nepotismo muito, muito profundos, e que o Estado angolano ainda hoje está a pagar e que a nova presidência angolana ainda hoje está a pagar".

"José Eduardo dos Santos, se hoje certamente alguns sofrem com a sua perda, é um dos principais responsáveis pelo enorme empobrecimento do povo angolano e a sua morte não apagará isso, por muito que a dor da sua família seja para nós um dado a respeitar e de alguma parte do povo angolano", declarou.

O líder do partido português de extrema-direita indicou que não é possível esquecer "o mal que foi feito ao povo angolano, o mal que às vezes foi feito nas relações entre Angola e Portugal, cuja deterioração também pontual foi levada a cabo por José Eduardo dos Santos e, sobretudo, o péssimo exemplo de nepotismo e cleptocracia que José Eduardo dos Santos deixa para o futuro e deixa para o continente africano".

PSD

O PSD enviou hoje as condolências à família e ao povo angolano pela morte do antigo presidente José Eduardo dos Santos, destacando o seu papel “na consolidação da independência” e “construção dos alicerces da paz e da unidade nacional”.

Numa curta nota enviada às redações, o PSD manifestou pesar pela morte de José Eduardo dos Santos, que faleceu hoje aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, em Espanha, após semanas de internamento.

“O PSD envia à família, ao Povo e ao Estado Angolano, as condolências pelo falecimento do ex-presidente José Eduardo dos Santos, evocando, nesta hora de luto, o seu papel na consolidação da independência e na construção dos alicerces da paz e da unidade nacional”, pode ler-se.

Durão Barroso 

O antigo primeiro-ministro português, Durão Barroso, que foi ainda mediador enquanto representante português nas negociações de paz com Angola, lamentou a morte de José Eduardo dos Santos, lembrando-o “com saudade” e como “alguém de excecional inteligência, capaz de garantir a unidade nacional angolana num contexto geopolítico extraordinariamente difícil, que ficará indelevelmente na História de Angola, de África e também das relações de Angola com Portugal.” 

Em comunicado, o político português destaca a “honra de trabalhar para a paz e a reconciliação nacional em Angola” com o antigo presidente angolano.  

“Recordo sobretudo que este foi o processo que conduziu às primeiras eleições livres e democráticas em Angola, e como tal reconhecidas pelas Nações Unidas e pela comunidade internacional”, frisou na declaração.  

“À família, aos amigos mais próximos, às autoridades angolanas e a todos aqueles que na nação amiga angolana hoje lamentam o seu desaparecimento, apresento as minhas mais sentidas condolências.”, concluiu.

Ana Gomes

A ex-embaixadora Ana Gomes considerou hoje que José Eduardo dos Santos chegou a ser “uma promessa de transição para a democracia” em Angola, mas optou pelo “desenvolvimento de uma cleptocracia a favor de uma elite”.

“José Eduardo dos Santos chegou a ser uma promessa de transição para a democracia e tornar uma Angola mais desenvolvida e mais justa, mas essa promessa esboroou rapidamente”, disse à Lusa a ex-candidata à Presidência da República Portuguesa, no dia em que o antigo presidente angolano morreu.

Ana Gomes afirmou que essa promessa ocorreu com o fim da guerra em 2002, “mas sob o regime do todo-poderoso José Eduardo dos Santos, ele optou por aquilo a que eles justificavam como uma acumulação primitiva de capital e pelo desenvolvimento de uma cleptocracia em favor de uma elite que inclui a sua família e os seus mais próximos contra o povo deixado na miséria”.

A antiga deputada socialista lamentou também que esse processo “de suposta transição para a democracia que se esboroou” tenha tido “a cumplicidade de muitos responsáveis políticos portugueses, que ajudaram a contribuir para essa farsa, ao mesmo tempo que beneficiavam dos efeitos económicos de prestar” Portugal “a tornar-se na principal lavandaria para essa cleptocracia angolana”.

“Também Portugal acabou por ser contaminado por esse esquema cleptocrático, que começou desde logo por controlar os grupos de ‘media' portugueses porque sabiam da sua importância para a informação que é passada para Angola”, precisou.

UNITA

A UNITA cancelou o comício que tinha previsto para sábado em Luanda devido à morte do ex-Presidente angolano e exprimiu sentimentos de pesar aos familiares e amigos de José Eduardo dos Santos.

Numa nota partilhada pelo secretário provincial da União para a Independência Total de Angola (UNITA) em Luanda, Nelito Ekuikui, na sua página de Facebook, o partido endereça ainda “os mais profundos sentimentos de pesar aos familiares, amigos e todos os angolanos que direta ou indiretamente são afetados com esta notícia de profunda tristeza”.

A UNITA, principal partido da oposição em Angola, travou uma dura batalha contra as forças governamentais do MPLA durante uma longa guerra civil de quase três décadas, tendo o seu fundador e líder, Jonas Savimbi, morrido em combate em 2002, abrindo caminho para os acordos de paz que viriam a celebrar-se alguns meses mais tarde.

Os dois partidos preparavam-se para medir forças na capacidade de mobilização do eleitorado este sábado em Luanda, ainda em pré-campanha para a corrida eleitoral, tendo sido canceladas as atividades políticas devido à morte do ex-chefe de Estado.

Angola vai realizar eleições gerais em 24 de agosto de 2022.

Luís Mira Amaral

O antigo ministro e líder do Banco BIC, Luís Mira Amaral, recordou o antigo Presidente angolano como uma pessoa com um “comportamento bastante sereno e frio”.

Contactado pela Lusa, Mira Amaral respondeu que apenas esteve com José Eduardo dos Santos uma vez: “Apenas o cumprimentei uma vez, quando ele veio em visita oficial a Portugal, numa receção no Palácio da Ajuda [Lisboa] a convite do então Presidente da República, Cavaco Silva, (…), mas nunca conheci o senhor”.

No entanto, o economista recordou a “longa duração” do mandato do antigo chefe de Estado angolano e reconheceu-lhe um “comportamento bastante sereno e frio”.

“Acho que teve um comportamento bastante sereno e frio quando o líder da UNITA [Jonas Savimbi] desapareceu. Ele foi bastante frio na gestão das coisas em nome da paz. Teve esse comportamento bastante positivo nessa fase”, disse.

Reginaldo Silva

O jornalista angolano Reginaldo Silva elogiou o ex-Presidente angolano por ter alcançado a paz, mas lamentou que tivesse perdido a oportunidade de melhorar a vida dos angolanos e deixasse fugir os recursos públicos para bolsos privados.

Em declarações à Lusa, Reginaldo Silva que conheceu José Eduardo dos Santos  em Brazaville (Congo) em 1974, ainda antes da independência e deste ser Presidente, sucedendo a António Agostinho Neto, afirmou que “ninguém pode ser indiferente” ao seu legado, por ter alcançado a paz, em 2002, na sequência da morte de Jonas Savimbi, líder da UNITA, que durante 30 anos combateu as forças governamentais do MPLA.

“Ninguém lhe pode tirar esta medalha do peito, por ter conseguido uma paz que tanto custou e que tanto estava a dificultar o presente e o futuro dos angolanos", considerou.

Afirmou que José Eduardo dos Santos ganhou  “todas as batalhas que havia para ganhar na sua trajetória enquanto politico enquanto dirigente máximo de um país”, sublinhando que depois de derrotar a UNITA teve toda a oportunidade de tornar Angola no país que todos desejavam, mas tal não aconteceu, apesar de ter tido todos os recursos, sobretudo a paz, mas também recursos financeiros

“Não esteve à altura de transformar tantos recursos num estado melhor de desenvolvimento e sobretudo de erradicação da maior dificuldade que é a pobreza extrema, o tecido social angolano continua marcado por uma percentagem muito grande de angolanos que vivem mal” e “podia ter feito muito mais”.

Teve ainda a agravante de “no tempo das vacas gordas”, o seu consulado ter ficado marcado pelo desvio dos recursos públicos para bolsos privados do seu círculo próximo e familiar, criticou.

“Na gestão económica e social do país, o presidente angolano e o seu governo não estiveram nada bem, sobretudo em matéria de recursos públicos desviados para bolsos privados e para fora do país e que não ajudaram a desenvolver o país”, avaliou.

CPLP 

O Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) regista "com pesar" a morte do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que diz ser uma “grande perda para Angola e, também, para o mundo da Língua Portuguesa".

Numa nota de pesar emitida ao início da tarde, Zacarias da Costa regista “com pesar” o falecimento do Presidente José Eduardo dos Santos e realça a “grande perda para Angola e, também, para o mundo da Língua Portuguesa."

O “Presidente fundador CPLP, José Eduardo dos Santos foi sempre militante e defensor incansável da projeção da Língua Portuguesa e da consolidação da nossa Comunidade”, acrescenta o secretário executivo da organização.

No comunicado, Zacarias da Costa "exprime os sentimentos de pesar e de solidariedade para com a dor da família e amigos".

Angola é um dos nove estados-membros da CPLP e exerce neste momento a presidência rotativa da organização.

PS

O PS expressou hoje o seu pesar pela morte de José Eduardo dos Santos, que considerou ter sido um "agente decisivo" na construção da paz em Angola.

"José Eduardo dos Santos desempenhou um papel relevante na consolidação das relações entre Portugal e Angola e afirmou-se como um agente decisivo para a construção dos pilares da paz neste país, com o qual é partilhada uma forte proximidade histórica, linguística e cultural", lê-se num comunicado da direção nacional do PS.

Os socialistas endereçam ainda as suas "sinceras condolências" aos familiares, amigos e ao povo angolano neste "momento de luto e tristeza".

Filipe Nyusi

O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, endereçou hoje uma mensagem de condolências ao seu homólogo angolano pela morte do antigo chefe de Estado daquele país, José Eduardo dos Santos.

“A morte do Presidente José Eduardo dos Santos é uma grande perda, não só para Angola, mas também para a região e para todo mundo", lê-se na mensagem. 

"Ele será sempre um ícone da luta pela independência económica de Angola, artífice da paz e pela integração regional dos países da SADC de que foi um dos fundadores. O seu legado ficará registado para sempre de forma indelével nos anais da história de Angola e de África”, assinalou Nyusi.

Figura merecedora de "admiração" e um "líder visionário", o antigo presidente angolano conquistou feitos que ficam na memória coletiva moçambicana, concluiu.

Governo de Portugal

O Governo português disse hoje que "lamenta a morte” do antigo presidente de Angola e acrescenta que durante a sua presidência o país cresceu e consolidou-se internacionalmente, fortalecendo os laços com Portugal.

"O Governo Português lamenta a morte do antigo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, e apresenta condolências à família e à Nação angolana neste momento de luto nacional", lê-se na nota.

"Durante a sua presidência, Angola trilhou um caminho de crescimento e consolidação, incluindo no panorama internacional e no espaço lusófono, ao mesmo tempo que se continuaram a fortalecer os laços entre Portugal e Angola", conclui o comunicado.

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