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Colunista e comentador

“Abraço entre Jesus e Rui Costa foi uma encenação que tem a ver apenas com dinheiro”. A análise de Rui Santos à crise no Benfica

28 dez 2021, 22:20

Comentador aponta responsabilidades ao plantel do clube da Luz, que “enterra os treinadores que quer”

O comentador Rui Santos afirmou esta terça-feira no Jornal das 8 da TVI, canal do mesmo grupo da CNN Portugal, que a saída do treinador Jorge Jesus do Benfica era “o desfecho anunciado”, dada a ausência de relação entre o treinador e os capitães de equipa.

Acho que este era o desfecho anunciado. Os três capitães do Benfica, Pizzi, Otamendi e André Almeida, não estabeleceram nenhuma relação com o treinador. Isto é determinante. Ouvi pouco falar deste tópico. Um treinador que não tem dentro de campo uma extensão de si próprio, do seu pensamento e da sua dinâmica de liderança, está condenado, afirmou.

Para Rui Santos, a única maneira de Jesus conseguir treinar a equipa seria se houvesse “cobertura de um presidente e de uma estrutura”, algo que não se verificou, pois Jesus “não era o treinador de Rui Costa”.

“Naturalmente, houve aqui uma quebra de confiança total. Fundamentalmente, nesta crise, faltou verdade e sinceridade. Jorge Jesus não era o treinador de Rui Costa. Foi contratado por Luís Filipe Vieira numa altura em que, em cima do sucesso de Jesus no Flamengo, precisava de um treinador que garantisse a sua reeleição. Jesus estaria sempre a prazo”, considera.

O comentador da CNN Portugal vai mais longe, e diz que o abraço entre o presidente do Benfica e o agora ex-treinador do clube “não foi sincero”, mas apenas uma “encenação, que tem a ver apenas com dinheiro”.

Apesar de notar que toda a gente tem culpa nesta situação, Rui Santos alerta para que não se descartem responsabilidades aos jogadores, que, segundo o próprio, são “prima-donas que fazem exatamente aquilo que querem e enterram os treinadores que querem”, e aponta para a “falta de governação e de liderança” no Benfica.

"O Benfica tem um défice de cultura desportiva que tem a ver com aquilo que os jogadores não fazem porque não querem fazer. Têm de dar muito mais do que aquilo que dão. O Benfica tem de tirar consequências disto”, conclui.

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