Pediatra Jorge Amil, alvo de queixa dos seus pares, diz que tem "direito de cidadania" de pedir a suspensão da vacinação das crianças

9 fev 2022, 17:55
Vacinação? "As crianças estão a ser naturalmente imunizadas"

“Desempenhar certas funções não limita o direito de cidadania nem a consciência profissional", argumenta o médico à CNN Portugal. Mas os autores da participação acusam-no de ter feito afirmações sem fundamentação e de ter ajudado a criar confusão

O presidente do colégio de especialidade de Pediatria da Ordem dos Médicos Jorge Amil Dias, que foi alvo de uma queixa de 16 médicos por causa do seu comportamento em relação à vacinação das crianças dos 5 aos 11 anos, garante que as suas opiniões sempre foram dadas como pessoais e não como responsável da OM. “Em momento algum falei em nome da Ordem ou do bastonário”, disse Jorge Amil Dias à CNN Portugal, reagindo às notícias que dão conta do mau estar que se instalou entre os médicos.

Como a CNN Portugal revelou, um grupo de 16 médicos entregaram uma participação no Conselho Disciplinar da OM a solicitar uma “avaliação de conduta” do médico por ter sido um dos signatários de duas cartas onde se pedia a suspensão da vacinação das crianças -e ter feito certas afirmações “sem fundamentação” que criaram hesitação dos pais em vacinar os filhos e foram contra as orientação da própria OM e do bastonário “Desempenhar certas funções não limita o direito de cidadania nem a minha consciência profissional”, argumenta ainda Amil Dias.

No entanto não é esta a posição dos outros médicos e o próprio bastonário, Miguel Guimarães, assumiu à CNN Portugal que em breve o Conselho Nacional Executivo vai debater o assunto para tentar perceber se faz sentido ocupar um cargo de responsabilidade e assumir posições contrárias às da OM e do bastonário. Aliás, o mau estar agravou-se quando Marques Mendes, no comentário televisivo semanal, criticou a OM por falar a duas vozes sobre a vacinação das crianças, referindo-se ao fato do bastonário defender o processo e Jorge Amil Dias assumir ser contra e levantar dúvidas sobre as vacinas pediátrica.

“Cinco minutos depois do Drº Marques Mendes ter dito isso, eu escrevi-lhe a explicar que nunca, em momento algum, deixei que se confundisse a minha opinião pessoal com a da OM”.

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