Apesar da divulgação destes 13.173 documentos, existem outros milhares que ainda não foram partilhados publicamente por razões de segurança nacional
Os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos divulgaram quinta-feira mais de 13.000 documentos classificados sobre o assassínio do antigo presidente John F. Kennedy em 1963, em Dallas, no Texas. De acordo com a CNN Internacional, este é o segundo de dois despejos que Joe Biden ordenou no ano passado, depois de a Casa Branca ter adiado a sua divulgação pública por causa da pandemia de covid-19.
"A profunda tragédia nacional do assassínio do presidente Kennedy continua a ressoar na história da América e nas memórias de tantos americanos que estavam vivos naquele dia terrível. Entretanto, a necessidade de proteger os registos relacionados com o assassínio enfraqueceu com o passar do tempo", escreveu a Casa Branca num comunicado divulgado esta quinta-feira.
Nessa mesma nota, Joe Biden refere que é "fundamental garantir que o governo dos Estados Unidos maximiza a transparência, divulgando toda a informação registada sobre o assassínio", exceto se existirem "razões mais fortes" que recomendem o contrário.
A morte de Kennedy gerou uma onda de perguntas entre a população e entre os investigadores do caso. Surgiram muitas teorias da conspiração e obrigou a um sigilo por parte do governo norte-americano. A Comissão Warren, que investigou o caso, concluiu que o ex-atirador da Marinha Lee Harvey Oswald foi quem disparou contra o 35.º presidente dos Estados Unidos e agiu sozinho.
Agora, com esta nova divulgação de informação, os investigadores já disseram que vão demorar uns dias até conseguirem analisar passar todos os documentos de forma a garantir se há ou não novas pistas sobre o assassínio ou novas informações sobre as operações da Central Intelligence Agency (CIA) e do Federal Bureau of Investigation (FBI) nos anos 60.
Apesar da divulgação destes 13.173 documentos, existem outros milhares que ainda não foram partilhados publicamente por razões de segurança nacional.
O autor do livro "The Kennedy Half Century: The Presidency, Assassination, and Lasting Legacy of John F. Kennedy" disse à CNN Internacional que, embora estes documentos possam esconder um ou outro detalhe importante sobre aquilo que se passou a 22 de novembro de 1963, isso "não vai mudar a História". "Não vai. Garanto-vos."
Larry Sabato acredita mesmo que as pessoas só estão a tentar procurar provas que apoiem as teorias da conspiração de que Lee Harvey Oswald não agiu sozinho ou de que a CIA estava de alguma forma envolvida no crime.