Thorpe, o Torpedo dos pés grandes

17 set 2000, 19:10

O grande fenómeno da natação australiana Ian Thorpe é a primeira grande figura dos Jogos Olímpicos de Sydney. Num só dia, ganhou duas medalhas de ouro e bateu um recorde do mundo. No segundo bateu a sua melhor marca de sempre nos 200 m Livres. Enquanto Thorpe soma recordes e vitórias, todos procuram explicações para o seu sucesso. Será dos pés?

Ian Thorpe, 17 anos, pé 50, já ganhou duas medalhas de ouro nos Jogos Olímpicos de Sydney, já bateu um recorde do mundo e promete continuar a somar. Hoje, domingo, bateu a sua melhor marca nos 200 m livres, apesar de ter visto o holandês Van den Hoogenband bater o recorde do mundo. A desforra está marcada para amanhã, na final.  

No meio do fascínio pelo mais jovem fenómeno da natação australiana, observadores e peritos procuram explicações para as brilhantes prestações daquele a que chamam «Thorpedo». 

Será o tamanho dos pés de Thorpe decisivo para as suas extraordinárias «performances» nas piscinas? A pergunta tem feito correr muita tinta. Ainda hoje, a NBC citava no seu «site» um especialista, para quem a resposta é: sim, os pés de Thorpe funcionam como barbatanas. 

«As barbatanas aumentam a área de superfície do pé umas cinco vezes. Se se comparar um pé médio com o de Ian Thorpe, ele pode ter o dobro de área de superfície. É fácil de ver que isso é uma vantagem», diz Robert Neal, especialista em biomecânica na Universidade de Queensland. 

O dr. Neal diz que também as mãos de Thorpe, igualmente grandes, ajudam a torná-lo mais rápido: «Funcionam como asas.»  

Há muitas mais explicações. Há quem diga que a vantagem de Thorpe é dar braçadas mais lentas do que os outros nadadores - demora mais tempo, mas anda mais. E há quem defenda, como o seu treinador, que o segredo é só muito trabalho.  

Seja como for, Thorpe já entrou para a história da natação. Desde que, aos oito anos, começou a dar umas braçadas na piscina, acumulou sucessos atrás de sucessos e recordes atrás de recordes.  

«Ele pode ser o melhor nadador que alguma vez já tivémos, e talvez o melhor que o mundo já viu», vaticina o treinador australiano da natação, Don talbot. Por agora, está no bom caminho.

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