Biden, de gravata amarela e azul, revela conversa que teve com Zelensky no início da guerra - e Zelensky enganou-se no que disse

20 fev 2023, 12:23
Joe Biden e Volodymyr Zelensky em Kiev (Getty Images)

Presidente dos EUA fez esta segunda-feira uma visita-surpresa a Kiev e justificou porquê: "Achei que seria importante que não houvesse qualquer tipo de dúvidas sobre o apoio dos EUA à Ucrânia"

A quatro dias da data em que se assinala o primeiro ano de guerra na Ucrânia, Joe Biden surpreendeu os repórteres e analistas em todo o mundo com uma primeira visita à capital ucraniana que não estava prevista na sua agenda pública - a primeira desde o início da invasão russa. Envergando uma gravata azul e amarela, as cores da bandeira ucraniana, Biden chegou a Kiev para reforçar o seu compromisso com "a soberania da Ucrânia".

Num discurso perante os jornalistas no gabinete presidencial de Zelensky, Biden começou por recordar um telefonema com Zelensky no dia em que as forças russas decidiram invadir o país. "Contaste-me que conseguias ouvir explosões. Nunca me hei de esquecer disso", lembrou, dirigindo-se ao presidente ucraniano, que estava ao seu lado.

Naquele momento, soube que "o mundo estava prestes a mudar". E recordou o que Zelensky lhe pediu para fazer naquele telefonema: "Reúna os líderes mundiais. Peça-lhes que ajudem a Ucrânia".

"Disseste que não sabias se iríamos voltar a falar", revelou Biden. Zelensky estava enganado. "Nessa noite escura há um ano, o mundo estava literalmente preparado para a queda de Kiev. Talvez até para o fim da Ucrânia", declarou o presidente norte-americano. "Um ano depois, Kiev mantém-se em pé. A Ucrânia mantém-se em pé. A democracia mantém-se em pé. E os norte-americanos mantêm-se do vosso lado, tal como o mundo se mantém do vosso lado.

Isto só prova que "a guerra pela conquista [da Ucrânia] lançada por Putin está a falhar", argumenta Biden. "Putin achava que a Ucrânia era fraca e que o Ocidente estava dividido. Ele pensou que seria superior a nós. Acho que ele já não tem o mesmo pensamento agora."

Joe Biden e Volodymyr Zelensky em Kiev (EPA)

Biden justificou esta visita com a necessidade de garantir "que não houvesse qualquer tipo de dúvidas sobre o apoio dos EUA à Ucrânia nesta guerra". "Apesar de todas as divergências que temos no nosso Congresso em relação a algumas questões, há um acordo significativo no apoio à Ucrânia. Não se trata apenas da liberdade da Ucrânia. Trata-se da liberdade da democracia, no geral", defendeu o chefe de Estado norte-americano.

No mesmo discurso, o presidente norte-americano anunciou um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 470 milhões de euros, além de equipamento militar, incluindo munições de artilharia, mísseis Javelin e Howitzers.

"Esperamos que 2023 seja o ano da vitória"

Zelensky tomou a palavra de seguida para agradecer todo o apoio dos EUA neste último ano e disse não ter dúvidas de que a conversa que tiveram esta segunda-feira vai "aproximar a Ucrânia da vitória".

"Os resultados desta visita farão com certeza toda a diferença no campo de batalha na libertação dos nossos territórios", notou, acrescentando: "Esperamos que este ano 2023 seja o ano da vitória" da Ucrânia.

O presidente ucraniano disse acreditar que o apoio dos norte-americanos - e do presidente Joe Biden, em específico - à Ucrânia "será recordado eternamente".

Zelensky recordou também o telefonema com Joe Biden nas primeiras horas da invasão russa para sinalizar como o apoio dos Estados Unidos remonta às primeiras horas da guerra:

"A primeira chamada na noite de 24 de fevereiro foi com os Estados Unidos e desde então mantivemos conversas com uma atenção muito significativa à nossa luta e à proteção da democracia ucraniana."

No encontro desta segunda-feira, os dois chefes de Estado discutiram o envio de armas de longo alcance, bem como a possibilidade do envio de armas que ainda não foram disponibilizadas à Ucrânia, detalhou Zelensky.

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