Biden pede mais 31 mil milhões para a guerra na Ucrânia: "Ceder à agressão será mais caro"

28 abr 2022, 18:44
Joe Biden (AP Photos)

Novo pacote de assistência representa mais do dobro dos 13,6 mil milhões de dólares (cerca de 12,9 mil milhões de euros) inicialmente previstos para a área da Defesa e da ajuda económica a Kiev

Joe Biden fez um pedido de financiamento adicional de 33 mil milhões de dólares (cerca de 31 mil milhões de euros) ao congresso norte-americano, com o objetivo de apoiar a Ucrânia nos próximos meses.

"Precisamos deste financiamento para ajudar a Ucrânia nesta luta pela liberdade. Os nossos aliados da NATO e parceiros da UE vão pagar também a sua parte justa dos custos", afirmou o líder norte-americano, acrescentando que "a ajuda à Ucrânia não é barata, mas ceder à agressão será mais caro".

A proposta apresentada esta quinta-feira - que a Casa Branca quer que sirva para apoiar as necessidades da Ucrânia durante cinco meses – inclui mais de 20 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros) em assistência militar a Kiev que poderá também ser usada para fornecer armamento e equipamentos a outros países, permitindo que estes "se defendam totalmente".

"A Rússia é o agressor, sem 'ses', ou 'mas' sobre o assunto", reiterou Biden.

Na iniciativa inclui-se ainda uma verba de 8,5 mil milhões de dólares (cerca de oito mil milhões de euros) em ajuda económica para manter em exercício o governo do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e três mil milhões de dólares (cerca de 2,8 mil milhões de euros) em alimentos e programas humanitários para ajudar civis, incluindo os mais de cinco milhões de refugiados.

O pacote de assistência - que agora segue para votação no congresso – representa mais do dobro dos 13,6 mil milhões de dólares (cerca de 12,9 mil milhões de euros) inicialmente previstos para a área da Defesa e da ajuda económica para a Ucrânia.

"É fundamental que este financiamento seja aprovado e o mais rápido possível", disse Biden. "Não estamos a atacar a Rússia. Estamos a ajudar a Ucrânia a defender-se contra a agressão russa, e assim como Putin escolheu lançar esta invasão brutal, ele pode fazer a escolha de acabar com esta invasão brutal", acrescentou.

Ajuda à Ucrânia estará assegurada, mas há mais em jogo

No congresso dos EUA tem havido um amplo apoio bipartidário para a ajuda à Ucrânia na resistência à invasão russa e a aprovação deste pacote de ajuda parece assegurado.

Contudo, Biden e os democratas também querem que os congressistas aprovem igualmente um pacote de combate contra a pandemia, o que pode levar a minoria republicana a oferecer alguma resistência às ambições políticas da Casa Branca.

Biden também pediu esta quinta-feira ao congresso novos poderes para confiscar e redirecionar os ativos dos oligarcas russos.

Na proposta apresentada, incluem-se várias propostas para agilizar e centralizar a aplicação de sanções contra a "cleptocracia" russa, em referência aos colaboradores próximos do presidente russo, Vladimir Putin.

De acordo com a proposta de Biden, os departamentos de Justiça, Tesouro e Estado trabalharão juntos para compensar os danos causados à Ucrânia com fundos apreendidos a cidadãos russos como parte de sanções por violações de guerra, anticorrupção e controlo de exportações.

A Casa Branca também pediu ao congresso que crie uma autoridade administrativa especial para apreender bens de oligarcas, para permitir a sua doação à Ucrânia, além de propor a criação de novas medidas sancionatórias que tornem ilegal a posse de dinheiro obtido diretamente a partir de "atividades governamentais corruptas" na Rússia.

E.U.A.

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