O congressista Adam Schiff tornou-se esta quarta-feira o democrata eleito mais proeminente a pedir publicamente que o presidente Joe Biden desista da corrida presidencial.
O anúncio de Schiff, que está a concorrer ao Senado dos EUA pela Califórnia, faz dele o primeiro democrata a pedir que Biden se afaste desde a tentativa de assassínio do ex-presidente Donald Trump, no sábado, num comício republicano na Pensilvânia. O apelo de Schiff também é notável uma vez que ele, ao contrário de muitos outros democratas que até agora apelaram publicamente a Biden para que desista da recandidatura à Casa Branca, não está a concorrer por um círculo de indecisos e é próximo da ex-presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
“Embora a escolha de se retirar da campanha caiba somente ao presidente Biden, acredito que é hora de ele passar o testemunho. E, ao fazer isso, garantir o seu legado de liderança, permitindo-nos derrotar Donald Trump na próxima eleição”, declarou Schiff, em comunicado.
O democrata da Califórnia atuou como gestor de impeachment durante um dos processos de impeachment de Trump e foi um dos maiores críticos do ex-presidente republicano.
Schiff elogiou o legado de Biden, mas acrescentou: "A nossa nação está numa encruzilhada".
“Uma segunda presidência de Trump vai minar os alicerces da nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre se o presidente conseguirá derrotar Donald Trump em novembro”, continuou ele.
Logo após o desempenho desastroso de Biden no debate com Trump na CNN, no mês passado, Adam Schiff chegou a defender que o presidente "deveria reservar um momento para fazer o julgamento mais bem informado" sobre o futuro da campanha eleitoral.
O Partido Democrata continua envolto num ambiente de agitação quanto ao caminho a seguir perante os receios de que, tendo em conta aquele debate, Biden não consiga derrotar Trump e corra o risco de levar com ele os democratas que vão a votos, em novembro.
Antes, a CNN noticiou que o Comité Nacional Democrata vai avançar com um plano controverso de nomear, virtualmente, Biden antes da convenção democrata em Chicago no próximo mês, ignorando assim os crescentes apelos de alguns dos democratas eleitos para que o presidente abandone essa estratégia.
