"Não vou para um governo, não estou para fazer parte do circo. Há uma data de comentadores que não estão sequer documentados para o serem"

4 mar, 07:15

O MISTÉRIO DAS FINANÇAS || Presidente executivo do BPI, sem papas na língua, desafia os que pensam como ele a pronunciarem-se publicamente

"A democracia está em questão", afirma João Pedro Oliveira e Costa, que encontra parte do problema na desinformação nas redes sociais, outra parte no politicamente correto e outra parte nos supostos comentadores com agendas ocultas.

Aviso prévio: estas declarações, feitas no episódio desta semana de O Mistério das Finanças, foram gravadas na quinta-feira da semana passada, quando não se sabia ainda de que a empresa da família de Luís Montenegro tem avenças atuais com várias empresas.  

Há "um problema que a nossa sociedade sofre", começa João Pedro Oliveira e Costa: "Qualquer pessoa que tome uma decisão é atacada. Eu acho que aquilo que nós fomos criando nos últimos tempos, para os nossos populismos políticos, faz com que, pergunto, quem é que quer expor-se a tomar grandes decisões?"

Estaria disponível para ir para um governo? "Não!", responde. A não ser que mudassem as regras. E porquê?

"Porque não estou para fazer parte do circo. E eu acho que hoje em dia o grande problema é que nós temos um circo montado. Com uma data de comentadores que não estão sequer documentados para o serem; com informação, muita dela que não é informação, mas é a defesa de determinadas agendas; e depois a caça às bruxas para populismos que nós temos que combater".

O problema é, prossegue: "se eu falo isto e a seguir me mandam 50 pedras, a [resposta é] tenho mais que fazer". E outra coisa: "se eu tiver alguma intervenção mais forte, como eu estou a ter aqui, eu estou para ver quem é que me vai apoiar. Publicamente. Quem é que vai dizer que estou de acordo? Os que estão de acordo, cheguem-se à frente!", desafia

"Não posso viver na base das redes sociais e do tipo que apareceu ontem, a fazer comentários. Eu não posso. Numa organização bem montada, era o que mais faltava se eu fosse ouvir o último tipo que me chegou ao banco e começasse agora a mandar opiniões. Não pode ser."

 

 

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