Gomes Cravinho responde a críticas sobre discurso de Lula da Silva no 25 de Abril: "Assembleia da República é soberana nas decisões que toma"

Agência Lusa , CF
23 fev 2023, 21:03
Lula da Silva (Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images)

Ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou esta quinta-feira que o presidente brasileiro Lula da Silva vai discursar na Assembleia da República na sessão solene do 25 de Abril.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, esclareceu esta quinta-feira que a Assembleia da República “é soberana nas decisões que toma”, após ter anunciado que o Presidente brasileiro discursará no parlamento na sessão solene do 25 de Abril.

“Quero esclarecer que a Assembleia da República é soberana nas decisões que toma”, disse, numa declaração enviada à Lusa, o chefe da diplomacia portuguesa, que esteve esta quinta-feira em Brasília para preparar, com o seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira, a próxima cimeira bilateral, prevista de 22 a 25 de abril.

“A visita de Estado [a Portugal] do Presidente Lula da Silva ocorrerá entre os dias 22 e 25 de abril. Normalmente uma visita de Estado tem sempre uma componente envolvendo a Assembleia da República, uma visita à Assembleia da República, por toda a carga institucional que isso representa”, comentou João Gomes Cravinho.

O ministro referiu ainda que “o único dia efetivamente possível” para a presença do chefe de Estado brasileiro no parlamento português, “atendendo às datas da visita, seria o próprio dia 25 de abril”.

Horas antes, durante a conferência de imprensa com o ministro brasileiro, o chefe da diplomacia portuguesa tinha anunciado que Lula da Silva vai discursar na Assembleia da República de Portugal nas comemorações do 25 de Abril, salientando que “é a primeira vez que um chefe de Estado estrangeiro faz um discurso nessa data”.

Fonte oficial do gabinete do presidente da Assembleia da República (PAR), Augusto Santos Silva, indicou depois à Lusa que só vai decidir a ordem do dia da sessão solene do 25 de Abril “em devido tempo” e após ouvir a conferência de líderes.

“Nos termos do Regimento, a ordem do dia é fixada pelo PAR ouvida a Conferência de Líderes e será isso que acontecerá em devido tempo em relação às sessões a realizar na segunda quinzena de abril”, respondeu o gabinete de Santos Silva, sem mais esclarecimentos.

Durante a tarde desta quinta-feira, no parlamento, Chega e Iniciativa Liberal criticaram o anúncio, considerando “um desrespeito” pelo parlamento e um “atropelo inaceitável”.

Numa publicação na rede social Twitter, também o líder parlamentar do BE considerou que receber "no parlamento o homem que colocou Bolsonaro no caixote do lixo da história é uma boa notícia", mas salientou que "não deveria ser apropriada pelo Governo para um número político".

"Pode Lula da Silva explicar a Cravinho e Santos Silva o princípio da separação dos poderes?", atirou Pedro Filipe Soares, numa publicação partilhada depois pela líder do BE, Catarina Martins.

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