"Encontro de trabalho" sobre as "opções relacionadas com os locais da Jornada Mundial da Juventude" não teve carácter decisivo
O Governo não esteve presente na reunião da Câmara de Lisboa e da Igreja com a construtora Mota-Engil, com vista a analisar e eventualmente reduzir os custos das estruturas que vão ser construídas para receber a Jornada Mundial da Juventude e o Papa Francisco.
De acordo com o comunicado divulgado pela autarquia, tratou-se de "um encontro de trabalho" sobre as "opções relacionadas com os locais da Jornada Mundial da Juventude", que não foi decisivo.
"As equipas técnicas vão continuar a trabalhar de forma empenhada para que no mais curto espaço de tempo seja possível apresentar novas soluções na sequência dos apelos do senhor presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do senhor Bispo Auxiliar de Lisboa", pode ler-se no documento.
Na reunião, que decorreu na Câmara Municipal de Lisboa, estiveram presentes o presidente da autarquia, Carlos Moedas, o bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Fundação JMJ, Américo Aguiar, o vice-presidente da CML, Filipe Anacoreta Correia, o presidente da Sociedade de Reabilitação Urbana, António Lamas, responsáveis da empresa Mota-Engil e diversos elementos das respectivas equipas de projeto da CML e Fundação JMJ.
"Damos nota de que este encontro decorreu num ambiente muito positivo, construtivo e de grande disponibilidade de todas as partes presentes na procura de soluções alternativas para o grande desafio que representa a organização da Jornada Mundial da Juventude", termina o comunicado.
Recorde-se que José Sá Fernandes é, segundo garante o Governo de António Costa, o coordenador do grupo de projeto para a Jornada Mundial da Juventude, mesmo depois de Filipe Anacoreta Correia ter declarado, na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa, que a autarquia ia assumir o contacto direto com a Igreja, excluindo o coordenador nomeado pelo executivo.
"Quando o presidente da câmara [Carlos Moedas] diz ‘eu agora é que coordeno’, o que está a dizer é que nós não aceitamos mais pretensos coordenadores que não fazem nada e que não ajudam a resolver nada. A câmara municipal é que coordena, a câmara municipal é que vai fazer”, afirmou o vice-presidente da Câmara de Lisboa, referindo-se a José Sá Fernandes.
O grupo de projeto integra todas as partes envolvidas na organização da JMJ, ou seja, o Governo e as autarquias de Lisboa, Loures, Cascais e Oeiras.
O advogado foi nomeado pelo primeiro-ministro para “coordenador do Grupo de Projeto para a Jornada Mundial da Juventude”, de acordo com o despacho publicado a 05/08/2021 em Diário da República, com efeitos a 11 de outubro do mesmo ano. A tutela cabe a Ana Catarina Mendes.
A Jornada Mundial da Juventude vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de participantes.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.