PCP diz que Governo podia ter ido mais longe no aumento do Salário Mínimo Nacional

Agência Lusa , WL
3 dez 2021, 15:53
Jerónimo de Sousa

Líder comunista insiste que o executivo de António Costa não deu ouvidos às propostas do PCP por estar mais interessado num cenário de eleições antecipadas

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu esta sexta-feira que o Governo poderia ter ido mais longe no aumento do Salário Mínimo Nacional e lembrou os aumentos do Salário Mínimo aprovados pelos governos de Espanha e da Alemanha.

“É inaceitável que o governo proponha esse aumento do SMN (para 705 euros em 2022), sabendo nós das possibilidades que existem de um outro aumento, em primeiro lugar do Salário Mínimo Nacional (SMN), mas também de um aumento geral dos salários, designadamente dos salários médios”, disse Jerónimo de Sousa.

“Foram horas, muitas horas, a demonstrar a validade e atualidade da nossa proposta, particularmente quando em Espanha se estava a processar um aumento de cerca de 1.000 euros para os trabalhadores espanhóis, e em que os alemães aumentaram 25 por cento o seu salário mínimo, que naturalmente já é superior ao nosso. Havia de facto possibilidades desse aumento”, acrescentou.

Governo também deixou Saúde para trás

O líder comunista, que falava aos jornalistas depois de uma visita ao Centro Hospitalar de Setúbal, reafirmou também a ideia de que o PS não quis negociar muitas propostas do PCP, designadamente na área laboral e da saúde, porque, a dada altura, o que os socialistas pretendiam era a realização de eleições antecipadas.

“O PCP apresentou a proposta de 850 euros [proposta de atualização do SMN]. Num esforço de procura de convergência baixámos para 755 euros, a aplicar em 2022, mas, infelizmente, o Partido Socialista manteve-se irredutível, não aceitou discutir isso, conjuntamente com outras matérias importantes da legislação laboral e outras questões relacionadas com o Serviço Nacional de Saúde”, disse Jerónimo de Sousa.

“O PS não quis dar resposta, porque o PS chegou a um momento em que não queria soluções, queria eleições. E isto é tão claro, tendo em conta a forma como o Governo do PS se manteve na parte final, em que tocar na legislação laboral, para eles (PS), era um sacrilégio”, sublinhou o líder comunista.

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