J.D. Vance está, por estes dias, debaixo de fogo cerrado e nem a sua lealdade aos EUA escapa às críticas. Tudo por causa de Kamala Harris
Num comício que juntou Donald Trump e J.D. Vance, no último sábado, no Estado do Minnesota, o jovem senador do Ohio não poupou críticas à atual vice-presidente e candidata à presidência Kamala Harris, que, dias antes, tinha dito num pequeno vídeo publicado na plataforma YouTube que Vance apenas seria "leal a Trump e não aos EUA".
Vance não escondeu o desconforto e respondeu dizendo que serviu o país nas forças armadas americanas, atirando de seguida: "O que raio é que tu (Kamala) fizeste por este país para questionares a minha lealdade?".
Kamala Harris questioned my loyalty to America. I enlisted in the Marines for this country. I went to Iraq for this country. I built a business for this country. And my running mate took a bullet for this country. What the hell has Kamala done to question our loyalty to America? pic.twitter.com/WykF5pRY4Y
— JD Vance (@JDVance) July 28, 2024
Mas segundo o site de notícias militares Task & Purpose, J.D. Vance entrou para a marinha americana em 2003 e serviu como jornalista militar até 2007, tendo sido destacado durante seis meses no Iraque em 2005, onde acompanhou a rotina dos militares e recolheu as suas histórias.
Numa das notícias publicadas naquele site pode ler-se que Vance, "enquanto militar, sempre escreveu, nunca esteve em combate direto, mas acompanhava outros militares em missões".
Com a desistência de Joe Biden, no passado dia 21 de julho, a corrida à Casa Branca ganhou um novo folêgo e os democratas viram reforçada a ideia de uma vitória nas eleições presidenciais de novembro. Para o Partido Republicano essa mudança também significou um reforço... mas da crescente preocupação - que não é de agora - em torno da escolha de Vance como candidato a vice-presidente.
Conforme noticiado pelo The Hill, é grande o descontentamente interno no Partido Republicano sobre a escolha de J.D. Vance para a vice-presidência, sobretudo agora que será Kamala Harris e não Joe Biden a concorrer pelos democratas.
Harris é, neste momento, a pedra no sapato de Vance e, consequentemente, a pedra no sapato de Trump, apesar de o antigo presidente dos EUA continuar a defender publicamente a escolha do jovem senador do Ohio.
O repentino sucesso da atual vice-presidente dos EUA, que em menos de uma semana conseguiu angariar 200 milhões de dólares para a campanha democrata, e o ressurgimento de declarações polémicas de Vance sobre Harris têm contribuído para hostilizar o eleitorado feminino republicano e aumentar a preocupação do partido em torno da nomeação de Vance.
Nos últimos dias voltou a circular nas redes sociais um vídeo de 2021 em que J.D. Vance, numa entrevista à Fox News, descreve Harris como uma “daquelas mulheres com gatos e sem filhos” que vivem “miseráveis” por não terem descendência e, por isso, não poderem ter uma palavra a dizer sobre o futuro da América.
JD Vance says women who haven’t given birth like Kamala Harris are “childless cat ladies who are miserable at their own lives,” and have “no direct stake” in America. pic.twitter.com/3DJY3pQTGe
— Ron Filipkowski (@RonFilipkowski) July 22, 2024