Afro-americano morto pela polícia no Ohio tinha 46 entradas ou feridas de bala

15 jul 2022, 20:21

Homem estava a fugir desarmado quando foi alvejado dezenas de vezes por oito agentes da polícia

Quando se soube da morte de Jayland Walker, uma das primeiras questões foi quantas balas tinham afinal atingido o afro-americano de 25 anos que foi morto por agentes da polícia do Ohio. Chegou a falar-se em 90 balas disparadas, com algumas pessoas a dizerem que o homem tinha sido atingido mais de 60 vezes. O número real não andou longe disso: foram 46 as balas que atingiram ou rasparam no corpo do jovem, segundo o relatório da autópsia conhecido esta sexta-feita.

Por saber fica qual terá sido a bala fatal, bem como quantos tiros foram afinal disparados pelos oito polícias envolvidos no caso. “Tinha vários ferimentos devastadores que podem ter causado a morte”, revelou a médica Lisa Kohler, que liderou a autópsia e falou em lesões no coração, nos pulmões ou nas artérias. Ao todo foram 41 as entradas de bala registadas, havendo ainda outros cinco ferimentos causados por projéteis que passaram de raspão.

Entre as feridas foi possível identificar cinco entradas de bala nas costas. No entanto os médicos não conseguiram decifrar quantas foram feitas enquanto o homem fugia ou se se terá virado enquanto estava a ser alvejado.

Tudo aconteceu no dia 27 de junho, quando agentes da polícia tentaram parar o carro de Jayland Walker após uma violação de trânsito. O homem não terá parado e começou uma perseguição policial. Quarenta segundos depois, segundo os polícias, foi disparado um tiro a partir do carro do fugitivo.

Pouco depois, Jayland Walker saiu do veículo e iniciou uma fuga a pé enquanto os agentes o perseguiam e disparavam, considerando-o uma "ameaça mortal", segundo um comunicado divulgado pela polícia de Akron.

O relatório da autópsia refere, no entanto, que o homem não estava armado nem sob o efeito de álcool ou drogas, o que levou o advogado da família da vítima a falar numa “morte brutal e sem sentido”. Todo o caso ficou registado nas câmaras que os polícias utilizam nos seus coletes, em imagens que foram rapidamente classificadas como"chocantes" e "difíceis de assistir" por parte do chefe da polícia.

O caso está atualmente em investigação, sendo que os oito agentes envolvidos estão suspensos da atividade.

Este relatório chega dois dias depois de se ter realizado o funeral de Jayland Walker, em Akron.

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