Jarra da dinastia Qianlong encontrada numa cozinha pode valer até 176 mil euros

CNN , Amarachi Orie
8 mai 2022, 11:00
Jarra da dinastia Qianlong (Foto CNN)

Uma jarra que estava numa cozinha, em Inglaterra, pode ser vendida por 186.000 dólares (176 mil euros), depois de se ter provado que era um artefacto chinês raro do século 18, criado para o imperador Qianlong. 

A jarra foi comprada por um cirurgião na década de 1980, por algumas centenas de libras, segundo a leiloeira Dreweatts, com sede no Reino Unido, que vai tratar da venda no final deste mês. Mais tarde, o cirurgião passou a jarra ao filho que, sem perceber o seu valor, a guardou na cozinha.

Com 60 centímetros de altura e uma impressionante paleta de dourado e prateado contra um fundo azul vivo, a jarra tem na base a marca distintiva de seis caracteres do período Qianlong (1736-1795), disse a Dreweatts num comunicado à imprensa em Berkshire, no sul da Inglaterra. 

 

A jarra tem a marca distintiva de seis caracteres do período Qianlong (1736-1795) na sua base

Estima-se que seja vendida entre os 124.000 e os 186.000 dólares (117.000 a 176.000 euros), no leilão da Dreweatts a 18 de maio. 

“Os achados deste tipo são muito raros na vida de um avaliador”, disse à CNN na quinta-feira Mark Newstead, consultor especializado em cerâmica e obras de arte asiáticas da Dreweatts. 

Newstead disse que viu a jarra pela primeira vez quando ele, a esposa e outro casal foram convidados para almoçar em casa de um amigo, no final dos anos 90. A jarra estava numa prateleira junto à mesa da cozinha. 

“Tinha uma grande luminosidade e uma decoração requintada e, embora na altura a minha principal área de especialização fosse a cerâmica europeia, tive uma sensação avassaladora de que era do século 18 e uma peça muito boa”, acrescentou Newstead. 

 

É raro ver jarras azuis pintadas em dourado e prateado com um relevo ligeiro, disse a leiloeira 

Foi só quando voltou a visitar a casa, alguns anos depois, que Newstead reparou que a jarra tinha sido mudada para um lugar muito mais seguro, num grande aparador de mogno na sala de visitas. Foi então que a analisou mais de perto e julgou ser do período Qianlong. No entanto, a jarra ficou onde estava durante mais 20 anos. 

A Dreweatts descreveu a jarra como um “exemplo extraordinário de porcelana imperial Qianlong”, que usava técnicas de esmalte altamente invulgares e cores marcantes. 

A leiloeira disse que é extremamente raro ver jarras azuis pintadas em dourado e prateado com um relevo ligeiro, e pensa-se que é por ser difícil de controlar a técnica. 

A jarra será leiloada pela Dreweatts a 18 de maio e pensa-se que venderá entre os 124.000 e os 186.000 dólares

“A qualidade excecional, o tamanho monumental e a presença imponente desta jarra, bem como a decoração fina e auspiciosa, torná-la-iam adequada a um local de exposição proeminente num dos salões do palácio Qing”, acrescentou a Dreweatts. Esta não é a primeira vez que um item valioso é encontrado numa casa. 

Uma pintura de Cimabue, do século 13, que foi vendida por 26,8 milhões de dólares em 2019, foi descoberta pendurada numa cozinha francesa. 

E uma pintura com 400 anos encontrada em 2014 por acidente num sótão, quando os proprietários foram reparar uma infiltração no telhado, foi avaliada em 136 milhões de dólares.

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