O plano deverá incluir subsídios à energia, ajuda direta às famílias de baixos rendimentos e ajustamentos fiscais, de acordo com a comunicação social japonesa
O Governo do Japão vai formalmente aprovar este sábado um plano de estímulo, equivalente a 136 mil milhões de euros, para aumentar o poder de compra dos consumidores, anunciou o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba.
O pacote de medidas, estimado em 22 mil milhões de ienes e que terá de ser posteriormente votado pelo parlamento, destina-se a estimular o crescimento económico do país.
A economia do Japão cresceu pelo segundo trimestre consecutivo, com um aumento de 0,2% entre julho e setembro, impulsionado pela recuperação do consumo.
O plano deverá incluir subsídios à energia, ajuda direta às famílias de baixos rendimentos e ajustamentos fiscais, de acordo com a comunicação social japonesa.
O consumo, que representa praticamente 60% da economia, foi o principal motor do crescimento do produto interno bruto japonês no último trimestre, ao subir 0,9%.
Isto após anos de estagnação devido às restrições impostas durante a pandemia da covid-19, além da relutância dos japoneses em gastar no atual contexto do menor crescimento dos salários e de inflação persistente, que se mantém em torno de 2%.
O índice de preços no consumidor do Japão subiu 2,3% em termos homólogos em outubro, o 38.º mês consecutivo de crescimento para o indicador, que permanece há 36 meses acima da meta de 2%, fixada pelo banco central nipónico.
De acordo com dados divulgados hoje pelo gabinete de estatísticas do Ministério dos Assuntos Internos e Comunicações japonês, a inflação desacelerou ligeiramente no mês passado, em comparação com o valor de 2,4% registado em setembro.
Os preços dos géneros alimentícios, excluindo os alimentos frescos devido à elevada volatilidade, aumentaram 3,8% em termos homólogos, mais 0,7 pontos percentuais do que no mês anterior.
Os maiores aumentos foram sentidos no custo dos cereais (13,5%), fruta (6,1%), carne (5%) e bolos e doces (5%).
Os custos da energia dispararam 3,2%, o aumento homólogo mais suave desde abril, com subidas da eletricidade (4%) e do gás (3,5%), ao contrário dos preços dos outros combustíveis, incluindo os combustíveis para automóveis, que caíram 1,1% em termos homólogos.
Os preços das atividades de lazer e entretenimento subiram em outubro, em média 4,2% em termos anuais, com um aumento de 5,5% nos serviços ligados a esta indústria.
O transporte público ficou 0,8% mais caro em outubro do que no mês anterior, enquanto o transporte privado custou mais 1,9%.
Ishiba anunciou hoje o plano de estímulo aos meios de comunicação locais, menos de um mês depois da coligação que o apoia ter perdido a maioria parlamentar.