Japão planeia construir reatores nucleares de nova geração

Agência Lusa , CF
24 ago 2022, 10:45
A central nuclear de Fukushima numa foto de 2010

Primeiro-ministro japonês anunciou que impulso à energia nuclear será feito através de várias medidas, como a construção de "reatores nucleares de nova geração" e o prolongamento da vida útil dos reatores acima dos 60 anos

O Japão pretende dar um forte impulso à energia nuclear, um setor que ficou enfraquecido desde o desastre da central nuclear Fukushima em 2011, mas que está a ganhar força diante das fortes pressões energéticas globais.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou esta quarta-feira que será feita uma reflexão em várias frentes, inclusive sobre a possível construção de "reatores nucleares de nova geração", que seriam um grande ponto de viragem para o Japão.

As autoridades japonesas também pretendem prolongar a vida útil dos seus reatores acima de 60 anos, com o objetivo de reduzir as suas emissões de CO2, de acordo com o plano anunciado esta quarta-feira pelo executivo japonês.

Essas propostas, que representam uma grande mudança na política do governo japonês de não construir novas centrais nucleares, também incluem a reativação de um total de 17 reatores para o próximo verão.

As medidas foram propostas por Kishida durante uma reunião do Governo sobre a iniciativa "Transformação Verde". Até ao final do ano, ações concretas deveram ser implementadas, segundo os meios de comunicação locais.

"O Japão deve resolver os seus problemas para o futuro enquanto promove a transformação energética", disse Kishida durante a reunião desta quarta-feira.

O Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês está a estudar o desenvolvimento de centrais nucleares de nova geração e publicou anteriormente uma estratégia para atualizar reatores ativos com melhores funções de segurança até 2030.

O plano também incluiria a extensão da vida máxima dos reatores para que possam operar além de 60 anos, já que após o desastre de Fukushima foram introduzidas medidas mais rígidas e esse número foi reduzido para 40.

No entanto, operar durante esses 20 anos extras só será possível se uma série de melhorias de segurança forem realizadas e os reatores passarem pelas revisões necessárias, com o objetivo do país aumentar o percentual de fornecimento de eletricidade que consome de 20% para 22% ou 24% através de energia nuclear.

Em relação à reativação das centrais nucleares, o Ministério também planeia ter um total de 17 reatores nucleares em operação, incluindo 10 já aprovados para operação, com o objetivo de melhor se preparar para um possível desabastecimento de energia elétrica, especialmente nos meses de inverno.

O Japão entrou num "apagão nuclear" após o acidente na central nuclear de Fukushima Daiichi, desencadeado pelo terramoto e tsunami de março de 2011.

O Governo e a nova autoridade reguladora de energia atómica estabeleceram critérios de segurança mais rígidos como resultado dessa crise que obrigou todas as centrais do país a suspenderem as suas operações até que atendessem aos novos padrões.

No entanto, apenas alguns reatores nucleares receberam o aval das autoridades para voltar a funcionar, do total de 42 existentes em condições técnicas para operar, mas que não passaram pelas novas normas de segurança do regulador japonês ou foram reprovados pela Justiça.

Ásia

Mais Ásia

Mais Lidas

Patrocinados