Bolsonaro diz que vai voltar ao Brasil em março para liderar a oposição a Lula da Silva

CNN Portugal , MJC
14 fev 2023, 21:59
Jair Bolsonaro espera reeileção para um segundo mandato nas presidenciais de 2022 AP/Silvia Izquierdo)

Na primeira entrevista desde que trocou o Brasil pela Flórida, o ex-presidente brasileiro volta a dizer que o processo eleitoral foi "tendencioso" mas afirma que está disposto a enfrentr os processos legais para ser "o líder nacional da direita"

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro diz que planeia regressar ao Brasil em março para liderar a oposição política ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para se defender das acusações de que incitou os ataques de manifestantes a edifícios governamentais no mês passado.

“O movimento de direita não está morto e continuará vivo”, disse Bolsonaro ao Wall Street Journal, naquela que é a sua primeira entrevista desde que trocou o Brasil pela Flórida, nos EUA, no final do ano passado, após a derrota eleitoral frente a Lula Silva. Bolsonaro afirma que que quer trabalhar com os seus apoiantes no Congresso e nos governos estaduais para promover o que chamou de "políticas pró-negócios" e combater o aborto, o controlo de armas e outras políticas que afirma serem contrárias aos valores da família.

Lula da Silva prometeu expandir significativamente a segurança social para os pobres e aumentar o papel do Estado na economia, medidas que Bolsonaro considera que sobrecarregariam o maior país da América Latina com dívidas e afugentariam os investimentos estrangeiros.

Ao Wall Street Journal, Bolsonaro, que não admitiu a derrota, pareceu moderar as críticas ao resultado da eleição. “Perder faz parte do processo eleitoral”, disse. “Não estou a dizer que houve fraude, mas o processo foi tendencioso.”

“O povo estava comigo, os agricultores estavam comigo, a maioria dos evangélicos estava comigo, a indústria estava comigo, os armadores estavam comigo”, disse. Agora, ele vê-se como “o líder nacional da direita – não há mais ninguém no momento”. 

O ex-presidente, de 67 anos, chegou aos Estados Unidos com visto diplomático e está há mais de um mês na Flórida na casa de amigos, um deles brasileiro e especialista em artes marciais. Os promotores brasileiros acusam-no de incitar os tumultos de janeiro com publicações  nas redes sociais que alertavam para a fraude eleitoral. A 8 de janeiro, multidões - muitas das quais expressaram apoio a Bolsonaro - invadiram edifícios do governo na capital brasileira, incluindo o Supremo Tribunal Federal e o Congresso. Bolsonaro, que estava na Flórida quando os distúrbios ocorreram, afirma que é inocente: “Eu nem estava lá, e eles querem culpar-me!", comentou.

Mas, na sua opinião, não houve qualquer tentativa de derrubar o governo de Lula. "Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, pergunta.

Bolsonaro diz que está ansioso para voltar para casa, apesar de todos os riscos legais: “Uma ordem de prisão pode surgir do nada”, admitiu.

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