Jack Teixeira fica em prisão preventiva até ir a julgamento

CNN Portugal , DCT, SS, com Lusa
14 abr 2023, 16:11
Jack Teixeira (Foto Stefani Reynolds/AFP via Getty Images)

O juiz David Hennessy acusa o lusodescendente de remoção e retenção não autorizada de documentos e materiais classificados

Jack Teixeira, de 21 anos, vai ficar em prisão preventiva até ir a julgamento. O juiz David Hennessy, de um tribunal de Boston, considera o lusodescendente culpado de remoção e retenção não autorizada de documentos e materiais classificados. A decisão foi conhecida esta sexta-feira.

Foi marcada para a próxima quarta-feira uma audiência, não tendo Teixeira apresentado uma contestação formal à decisão, diz a CNN Internacional.

Segundo a Sky News, Teixeira falou apenas duas vezes durante o breve processo desta sexta-feira, respondendo “sim” quando questionado se entendia o seu direito de permanecer em silêncio e confirmando que tinha preenchido uma declaração financeira.

Jack Teixeira pode enfrentar até dez anos de prisão por cada crime cometido. O jovem será julgado de acordo com o previsto na Lei de Espionagem, que estabelece que cada documento vale a sua própria acusação.

Jack Teixeira foi detido na quinta-feira pelo FBI, como foi confirmado pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, não tendo oferecido resistência no momento da detenção.

O FBI (polícia federal norte-americana) deteve Teixeira por as pistas o apontarem como responsável por uma fuga de documentos secretos nos Estados Unidos. Os registos de faturação de uma plataforma de comunicação social na Internet ajudaram o FBI a identificar o suspeito, de acordo com os registos do tribunal consultados pela agência norte-americana AP.

Teixeira começou a divulgar os documentos numa sala de ‘chat’ Discord, mas o seu alcance explodiu em março, quando um utilizador espalhou os documentos a outros grupos com mais membros.

Os ficheiros detalham a avaliação norte-americana da guerra na Ucrânia e dados sobre o estatuto das forças russas, bem como material sensível sobre o Canadá, China, Israel e Coreia do Sul.

A notícia de que o lusodescendente, membro da Guarda Nacional Aérea do Massachusetts, foi o responsável pela divulgação de documentos confidenciais dos serviços secretos norte-americanos pode ter apanhado muitos de surpresa, mas há uma série de razões que permitem explicar como é que um jovem militar conseguiu ter acesso a informação altamente sensível. 

Jack Teixeira estava na 102 Intelligence Wing da Guarda Nacional Aérea, uma unidade militar que lida com matérias de carácter muito “sensível”. Jack Miller, especialista em assuntos internacionais, explica que os militares desta ala “são responsáveis por pilotar drones envolvidos em operações de supervisão, reconhecimento e segurança, drones que dão apoio em missões da Força Aérea ou a militares no terreno em lugares como o Iraque, o Afeganistão e a Síria, ou que estão envolvidos em operações especiais que podem ser enviadas para qualquer lado em missões confidenciais”.

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