James Cutfield, de 51 anos, não foi detido, mas está impedido de sair de Itália
O capitão do iate de luxo que naufragou na semana passada perto de Porticello, na costa da Sicília, Itália, vai ser investigado. Em causa estão acusações de alegado homicídio qualificado e de naufrágio por negligência. O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo Ministério Público italiano.
James Cutfield, de 51 anos, liderava a tripulação a bordo do navio com 56 metros quando a embarcação foi atingida por uma tempestade. Houve seis mortos a registar, incluindo o magnata britânico Mike Lynch e a sua filha de 18 anos. Outra das vítimas foi um diretor do Morgan Stanley chamado Jonathan Bloomer.
Acredita-se que o fenómeno conhecido como tromba de água – um tipo de tornado – tenha virado o iate. Contudo, as autoridades italianas estão a investigar se as ações da tripulação e a forma como foi manuseado o barco contribuíram para o naufrágio mortal.
Segundo o Ministério Público italiano, o australiano James Cutfield não foi detido, mas não pode abandonar Itália enquanto decorrerem as investigações. A lei marítima dá ao capitão total responsabilidade pelo barco e por todos os que estiverem a bordo, incluindo tripulação e passageiros.
Os passageiros que morreram estariam a dormir no momento da tempestade, explicou um procurador no passado fim de semana. Foi por isso que não foram capazes de escapar. Cinco dos corpos foram encontrados na mesma divisão do iate, o que poderá significar que estavam à procura de uma bolsa de ar enquanto o navio afundava.
As autoridades avisaram que as circunstâncias do naufrágio ainda continuam por esclarecer, inclusive se havia uma caixa negra a bordo e se haveria escotilhas que foram deixadas abertas, o que poderia explicar a rapidez do naufrágio.
O presidente da empresa que detém a fabricante do barco, a The Italian Sea Group, já veio argumentar que o navio era “inafundável”. Giovanni Constantino disse mesmo que este tipo de embarcações é “o mais seguro”.
Novas buscas deverão ter lugar nas próximas semanas no barco, cujo nome era Bayesian. Segundo a lei italiana, os custos de retirada da embarcação do mar, para depois ser entregue às autoridades, recaem sobre o seu proprietário. Neste caso, é uma empresa de Angela Bacares, mulher de Mike Lynch e uma das 15 sobreviventes do naufrágio.
Uma das coisas que os investigadores vão confirmar é se as escotilhas estavam abertas durante a tempestade, bem como se algum membro da tripulação procurou alertar os passageiros de um perigo iminente.