Mourinho: «Nunca precisei de quatro ou cinco anos para ganhar»

25 jun 2022, 00:07
Roma-Feyenoord

Treinador português olha para a carreira que tem construído

«Veni, vidi, vici».

Só este ano José Mourinho chegou a Roma, mas a carreira que construiu ao longo de mais de duas décadas parece ligada desde o início à frase atribuída ao imperador Júlio César.

«Chegar, ver e vencer».

Mourinho fê-lo de forma clara no FC Porto, no Chelsea e no Inter Milão. Fê-lo de certa forma no Real Madrid, num duelo com aquele que é considerado por muitos como o melhor Barcelona da história. E fê-lo também agora em Roma.

Na capital italiana, o treinador português devolveu o clube aos títulos que lhe fugiam há 14 anos, conquistando a Liga Conferência, naquela que foi a sua quinta conquista europeia.

Agora, em entrevista à Sky Sports, José Mourinho falou sobre a forma como mantém a sede de conquista, aos 60 anos e depois de ter vencido tantos títulos.

«É a minha motivação. É a natureza de alguém que quer estar no futebol por muitos anos. Se não estás apaixonado pelo futebol e conquistas tudo o que há para conquistar, simplesmente sais e vais aproveitar as tuas medalhas. E usufruir da tua vida fora do futebol», começou por dizer, antes de fazer uma declaração de amor ao futebol.

«Se amas o futebol, não queres parar. Se amas o futebol, não te sentes a envelhecer. Sentes-te fresco, jovem e esse sentimento acompanha-te até ao final dos teus dias. Ou seja, a motivação faz parte do ADN».

Já sobre as conquistas em Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha, mais do que aquilo que conquistou, Mourinho destaca a rapidez com que o fez.

«Ganhei nesses quatro países muito, muito cedo. Não precisei de ficar três, quatro ou cinco anos. Foi imediatamente. Na primeira, ou no máximo, na segunda época», enaltece.

«Acredito que isso aconteceu porque tentei compreender a equipa. Estudei. Tentei tirar o melhor das diferenças, colocando em prática as minhas ideias, mas ao mesmo tempo, respeitando as culturas locais», acrescenta.

O treinador setubalense falou ainda sobre as diferenças que encontra nos atletas mais jovens de agora, comparando com os que apanhou no início da carreira.

«O jovem jogador de 2000 é diferente do jovem jogador de 2022. Isso obriga a mudanças em termos de liderança – agora é mais sobre o envolvimento. Liderança significa ter pessoas que seguem. E para te seguirem, tem de acreditar em ti, algo que só acontece se sentirem empatia e honestidade», analisa, explicando a forma como ele próprio encara o papel de líder.

«Para mim, liderança significa exatamente a responsabilidade de não deixar cair nenhum dos meus. Tens de estar com eles e para eles sempre. Eles têm de confiar em ti.»

Nesse sentido, Mourinho faz uma analogia curiosa sobre a forma quase individualizada como tem de lidar com cada um dos seus jogadores.

«Todos precisam de diferentes formas de comunicar. É preciso conhecer a sua natureza para poder interagir com eles. Diria que é como quando vais a um restaurante e comes “a la carte”. É isso que tens de fazer com os jogadores. Não olhar para eles como se fossem um só, porque eles são todos diferentes», conclui.

 

 

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