Luís Montenegro admite reconhecimento "num quadro de concertação estratégica à escala europeia"
O primeiro-ministro admitiu esta quarta-feira, no parlamento, que Portugal poderá reconhecer o Estado da Palestina mediante o cumprimento de condições como a capacitação da Autoridade Palestiniana e o desarmamento do Hamas, “com efeito útil” e à escala europeia.
Respondendo a uma pergunta do deputado do PS João Torres, durante o debate preparatório do Conselho Europeu dos próximos dias 26 e 27, no parlamento, Luís Montenegro recusou que Portugal faça “um reconhecimento individualizado” ou numa “corrida para ver quem chega à frente”.
O primeiro-ministro elencou uma série de condições que, disse, devem ser salvaguardadas.
“Estas condições, uma vez garantidas, salvaguardadas, vão abrir a possibilidade para que esse reconhecimento se possa efetuar, num quadro de concertação estratégica à escala europeia”, comentou Montenegro.
Embaixador de Israel em Lisboa avisa Portugal contra reconhecimento da Palestina
O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rosenblat, avisou o Governo português contra um eventual reconhecimento do Estado da Palestina, argumentando que seria um “triunfo para o terrorismo”.
“Acreditamos que reconhecer um Estado palestiniano, especialmente neste momento, seria um triunfo para o terrorismo. O Hamas atacou Israel a 7 de outubro [de 2023], de forma brutal e sangrenta. Se no fim desse ataque os países começarem a reconhecer o Estado palestiniano, isso será visto como um prémio pelo terror”, disse o embaixador, numa entrevista à agência Lusa, reagindo a declarações de hoje no Parlamento do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.