Israel prepara-se para demolir casa de atacante palestiniano

Agência Lusa , PP
29 jan 2023, 18:46
As imagens do ataque a uma sinagoga de Jerusalém (Mahmoud Illean/AP)

Este domingo, as forças israelitas mataram um palestiniano na Cisjordânia e os apelos à contenção multiplicaram-se na comunidade internacional

As forças israelitas selaram este domingo a casa da família de um palestiniano que matou sete pessoas, preparando a sua demolição, após o governo ter anunciado medidas para punir familiares dos autores de atentados.

Depois de um ataque militar israelita na Cisjordânia ocupada na quinta-feira, de disparos de 'rockets' de Gaza para Israel e de ataques aéreos israelitas de represália, na sexta-feira, um palestiniano matou sete pessoas em Jerusalém Oriental e no sábado, um outro feriu dois israelitas.

Hoje, as forças israelitas mataram um palestiniano na Cisjordânia e os apelos à contenção multiplicaram-se na comunidade internacional.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, é esperado em Jerusalém e Ramallah, nos próximos dois dias, depois de visitar o Cairo. O objetivo desta deslocação é reduzir a escalada de violência.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse no sábado que a resposta aos ataques contra israelitas seria "forte" e o seu gabinete de segurança anunciou depois que a casa de Khayri Alqam, 21 anos, autor do ataque que fez sete mortos (seis israelitas e uma ucraniana) perto de uma sinagoga e foi abatido no local, "seria selada de imediato antes da sua demolição".

Hoje, soldados israelitas bloquearam as entradas da casa, depois de os palestinianos terem retirado os seus pertences, segundo um correspondente a AFP no local. A mãe de Khayri Alqam foi detida com outras quatro pessoas, indicou a polícia.

O governo também decidiu hoje que a casa do autor do atentado de sábado em Jerusalém Oriental seria igualmente selada, apesar de o ataque não ter feito mortos.

Até agora, Israel demolia apenas as casas de palestinianos que matassem israelitas e o processo passava por um pré-aviso às famílias, que podiam recorrer da decisão.

Mas, no caso da casa de Khayri Alqam isso não aconteceu, o que foi considerado "uma medida de total desrespeito pelo Estado de direito", segundo Dani Shenhar, da organização israelita de defesa dos direitos humanos HaMoke.

MNE russo pede "responsabilidade máxima" a homólogo israelitas e palestinianos

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo pediu, entretanto, a "máxima responsabilidade" aos israelitas e palestinianos para evitarem qualquer deterioração da situação na região, em conversas telefónicas com os homólogos dos dois lados do conflito, segundo o seu ministério.

Sergey Lavrov "apelou aos parceiros israelitas e palestinianos para que mostrem a máxima responsabilidade e se abstenham de qualquer ação que possa causar uma maior deterioração da situação", de conflito naquela região, disse a mesma fonte.

Nas conversas telefónicas que teve com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, e com seu homólogo palestiniano, Riyad Al-Maliki, "o lado russo sublinhou que Moscovo estava seriamente preocupado com a nova onda de violência" na região, adiantou o ministério.

No sábado, a diplomacia russa já tinha pedido, em comunicado, a todas as partes para terem a "máxima contenção" após os ataques realizados na sexta-feira e naquele mesmo dia em Jerusalém Oriental, após um ataque militar israelita mortal na quinta-feira na Cisjordânia, seguido de disparos de `rockets´ de Gaza em direção a Israel e ataques aéreos israelitas de retaliação.

 

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