Palestinano em greve de fome há quase três meses morre em prisão israelita. Três foguetes disparados de Gaza para Israel

Agência Lusa , BC
2 mai 2023, 07:29
Khader Adnan com a filha em 2015 (Foto: Alaa Badarneh/EPA)

Khader Adnan estava acusado de "envolvimento em atividades terroristas"

Um palestiniano que estava em greve de fome há quase três meses morreu sob custódia israelita esta madrugada, anunciaram os serviços prisionais de Israel.

Khader Adnan iniciou a greve pouco depois de ter sido detido, a 5 de fevereiro.

Adnan, membro do grupo militante Jihad Islâmica, tinha entrado em greve de fome várias vezes após anteriores detenções. Em 2015, Adnan fez uma greve de 55 dias para protestar contra a detenção ao abrigo da chamada detenção administrativa, na qual os suspeitos podem ser mantidos indefinidamente sem acusação ou julgamento.

Os serviços prisionais israelitas informaram que, desta vez, Adnan foi acusado de "envolvimento em atividades terroristas", mas que recusou tratamento médico enquanto decorriam os procedimentos legais. Adnan foi encontrado inconsciente na cela esta madrugada e transferido para um hospital, onde foi declarado morto.

Três foguetes disparados da Faixa de Gaza contra Israel

Três foguetes foram disparados de Gaza contra Israel esta manhã, depois da notícia da morte do palestiniano Khader Adnan. Os foguetes caíram "em áreas abertas não povoadas" e não exigiram a ativação do sistema de interceção israelita, informou o exército em comunicado.

Embora o ato não tenha sido reivindicado, acredita-se que o lançamento tenha sido motivado pela morte de Adnan. 

Segundo o grupo israelita de defesa dos direitos humanos HaMoked, Israel mantém atualmente mais de mil palestinianos detidos sem acusação nem julgamento, o número mais elevado desde 2003.

Israel afirma que este processo ajuda as autoridades a impedir ataques e a deter militantes perigosos sem divulgar material incriminatório por razões de segurança.

Os palestinianos e os grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que o sistema é largamente utilizado de forma abusiva e nega o direito a um processo justo, uma vez que a natureza secreta das provas impossibilita os detidos ou os seus advogados organizarem a sua defesa.

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