Avisos surgem numa altura em que Donald Trump admite estar "menos confiante" de que vai conseguir um acordo nuclear com Teerão
Israel parece estar a preparar-se para lançar um ataque contra o Irão em breve, segundo informações de fontes norte-americanas e europeias. Isto à revelia dos EUA, numa altura em que Donald Trump tem procurado um acordo diplomático com o Irão para reduzir o seu programa nuclear.
"Não quero dizer que [um ataque israelita] está iminente, mas parece que é algo que pode muito bem acontecer", disse Donald Trump, em declarações aos jornalistas na Casa Branca, acrescentando que "existe a possibilidade de um conflito maciço" entre os dois países.
De acordo com o New York Times, a preocupação com um possível ataque israelita e provável retaliação do Irão levaram os EUA a evacuar a sua embaixada no Iraque na quarta-feira. Mais tarde, em declarações aos jornalistas, o presidente Donald Trump confirmou a retirada de diplomatas de algumas regiões do Médio Oriente, sem adiantar muitos pormenores.
"Bem, eles estão a ser retirados porque pode ser um lugar perigoso, e veremos o que acontece. Nós avisámos para eles saírem. Veremos o que acontece", afirmou Trump, na passadeira vermelha à chegada ao Kennedy Center.
Não é claro qual será a dimensão do ataque que Israel pode estar a preparar, mas as movimentações norte-americanas parecem mostrar que os EUA estão a preparar-se para o pior. A NBC News diz mesmo que os EUA e outros oficiais estão em alerta perante a possibilidade de um ataque e os riscos de uma retaliação do Irão.
Numa nota dirigida aos cidadãos norte-americanos, a embaixada dos EUA em Jerusalém anunciou que, "devido ao aumento das tensões regionais, os funcionários do governo dos EUA e os seus familiares estão proibidos de viajar para fora da área metropolitana de Telavive (incluindo Herzliya, Netanya e Even Yehuda), Jerusalém e Be'er Sheva até nova ordem".
"A Embaixada dos EUA lembra aos cidadãos americanos que devem permanecer vigilantes e manter um alto nível de segurança pessoal. Estejam preparados, conheçam a localização do abrigo mais próximo em caso de alerta vermelho. Os incidentes de segurança - incluindo ataques de morteiros, foguetes e mísseis, bem como intrusões de sistemas de aeronaves não tripuladas - podem ocorrer sem aviso prévio. A situação continua a ser complexa e pode mudar rapidamente", pode ler-se na mesma nota, divulgada na conta oficial da embaixada na rede social X.
Due to heightened regional tensions, U.S. government employees and their family members are restricted from traveling outside the greater Tel Aviv (including Herzliya, Netanya, and Even Yehuda), Jerusalem, and Be’er Sheva areas until further notice. Travel between these areas,… pic.twitter.com/1H33JTSuy1
— U.S. Embassy Jerusalem (@usembassyjlm) June 12, 2025
Estes avisos surgem numa altura em que a administração Trump aguarda uma resposta do Irão sobre uma proposta para um acordo nuclear. Após meses de discussões, o presidente norte-americano admite agora estar "menos confiante" num acordo e acredita que Teerão pode estar a "atrasar" um acordo.
"Estou a ficar cada vez menos confiante. Parece que estão a adiar, e acho que é uma pena, mas estou menos confiante agora do que estaria há alguns meses", disse Trump numa entrevista ao New York Post, divulgada na quarta-feira.
Do lado de Israel, Benjamin Netanyahu tem vindo a pressionar Donald Trump para aproveitar um momento que o primeiro-ministro israelita acredita ser de vulnerabilidade do Irão para lançar um ataque.
Segundo o New York Times, Donald Trump rejeitou há vários meses um plano de Israel para atacar o Irão, insistindo que queria ter a oportunidade de negociar um acordo nuclear com Teerão. Há duas semanas, o presidente dos EUA disse ter avisado Benjamin Netanyahu para não lançar um ataque enquanto decorrem as negociações com o Irão.