Embaixadas evacuadas e proibições de saída de Telavive: EUA em alerta perante possibilidade de ataque israelita contra o Irão

12 jun, 17:45
Benjamin Netanyahu (EPA/RONEN ZVULUN)

Avisos surgem numa altura em que Donald Trump admite estar "menos confiante" de que vai conseguir um acordo nuclear com Teerão

Israel parece estar a preparar-se para lançar um ataque contra o Irão em breve, segundo informações de fontes norte-americanas e europeias. Isto à revelia dos EUA, numa altura em que Donald Trump tem procurado um acordo diplomático com o Irão para reduzir o seu programa nuclear.

"Não quero dizer que [um ataque israelita] está iminente, mas parece que é algo que pode muito bem acontecer", disse Donald Trump, em declarações aos jornalistas na Casa Branca, acrescentando que "existe a possibilidade de um conflito maciço" entre os dois países.

De acordo com o New York Times, a preocupação com um possível ataque israelita e provável retaliação do Irão levaram os EUA a evacuar a sua embaixada no Iraque na quarta-feira. Mais tarde, em declarações aos jornalistas, o presidente Donald Trump confirmou a retirada de diplomatas de algumas regiões do Médio Oriente, sem adiantar muitos pormenores.

"Bem, eles estão a ser retirados porque pode ser um lugar perigoso, e veremos o que acontece. Nós avisámos para eles saírem. Veremos o que acontece", afirmou Trump, na passadeira vermelha à chegada ao Kennedy Center.

Não é claro qual será a dimensão do ataque que Israel pode estar a preparar, mas as movimentações norte-americanas parecem mostrar que os EUA estão a preparar-se para o pior. A NBC News diz mesmo que os EUA e outros oficiais estão em alerta perante a possibilidade de um ataque e os riscos de uma retaliação do Irão.

Numa nota dirigida aos cidadãos norte-americanos, a embaixada dos EUA em Jerusalém anunciou que, "devido ao aumento das tensões regionais, os funcionários do governo dos EUA e os seus familiares estão proibidos de viajar para fora da área metropolitana de Telavive (incluindo Herzliya, Netanya e Even Yehuda), Jerusalém e Be'er Sheva até nova ordem".

"A Embaixada dos EUA lembra aos cidadãos americanos que devem permanecer vigilantes e manter um alto nível de segurança pessoal. Estejam preparados, conheçam a localização do abrigo mais próximo em caso de alerta vermelho. Os incidentes de segurança - incluindo ataques de morteiros, foguetes e mísseis, bem como intrusões de sistemas de aeronaves não tripuladas - podem ocorrer sem aviso prévio. A situação continua a ser complexa e pode mudar rapidamente", pode ler-se na mesma nota, divulgada na conta oficial da embaixada na rede social X.

Estes avisos surgem numa altura em que a administração Trump aguarda uma resposta do Irão sobre uma proposta para um acordo nuclear. Após meses de discussões, o presidente norte-americano admite agora estar "menos confiante" num acordo e acredita que Teerão pode estar a "atrasar" um acordo.

"Estou a ficar cada vez menos confiante. Parece que estão a adiar, e acho que é uma pena, mas estou menos confiante agora do que estaria há alguns meses", disse Trump numa entrevista ao New York Post, divulgada na quarta-feira.

Do lado de Israel, Benjamin Netanyahu tem vindo a pressionar Donald Trump para aproveitar um momento que o primeiro-ministro israelita acredita ser de vulnerabilidade do Irão para lançar um ataque.

Segundo o New York Times, Donald Trump rejeitou há vários meses um plano de Israel para atacar o Irão, insistindo que queria ter a oportunidade de negociar um acordo nuclear com Teerão. Há duas semanas, o presidente dos EUA disse ter avisado Benjamin Netanyahu para não lançar um ataque enquanto decorrem as negociações com o Irão.

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