Exército israelita lançou uma nova onda de ataques no Líbano durante a madrugada. Governo português pede aos cidadãos para evitar a região: "O risco de haver eventos muito graves é enorme"
O número de mortos dos ataques aéreos do Exército israelita contra o Hezbollah em todo o Líbano não pára de subir: desde segunda-feira já morreram pelo menos 492 pessoas na sequência dos ataques, incluindo 35 crianças, e há registo de mais de 1.600 feridos, segundo o mais recente balanço do Ministério da Saúde libanês.
Os números são de tal forma elevados que esta segunda-feira foi considerada o dia mais mortífero do conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano desde a guerra de julho de 2006 - a última vez que Hezbollah e Israel travaram uma guerra.
O Exército israelita diz ter atingido cerca de 1.600 alvos no Líbano só na segunda-feira, com ataques aéreos que atingiram sobretudo o sul do país, mas também algumas zonas do leste e nordeste. Embora as Forças da Defesa de Israel (IDF) indiquem que os alvos eram militares, as autoridades do Líbano afirmam que as zonas atingidas eram residenciais.
Dezenas de milhares de pessoas estão a fugir para Beirute, depois do aviso feito pelo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, de que os ataques no Líbano vão continuar até que os residentes do norte de Israel possam regressar a casa. Várias famílias seguem de carro para o sul do Líbano, criando várias filas de trânsito e congestionamento. Segundo os relatos dos correspondentes internacionais no local, muitas param na estrada principal para Beirute, aguardando serem levados para abrigos temporários.
Durante a madrugada desta terça-feira, Israel cumpriu com a sua palavra e lançou uma nova onda de ataques no Líbano, com as IDF a declararem ter atacado "dezenas" de alvos em várias regiões do sul do Líbano, atingindo edifícios que acreditam ser locais de armazenamento de armas do Hezbollah.
Na sequência da escalada da tensão entre Israel e Hezbollah, os governos de vários países de todo o mundo têm apelado aos cidadãos para que não se desloquem ao Médio Oriente, como o fez o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel. "Eu penso que a escalada agora está num ponto ainda mais grave do que esteve há meses e, portanto, é de reforçar o apelo a que os portugueses, seja em turismo, seja em negócios, a não ser em caso de estrita necessidade, não se desloquem a estas regiões, porque são regiões onde, obviamente, o risco de haver eventos muito graves é enorme", declarou Paulo Rangel aos jornalistas, esta segunda-feira.
Entretanto, várias companhias aéreas suspenderam os voos de e para Beirute, como a Qatar Airways, Turkish Airlines, Air France, Lufthansa, British Airways, entre outras.
Embora as atenções estejam agora viradas para o Líbano, a agência de notícias palestiniana Wafa noticia que os ataques israelitas na Faixa de Gaza continuam, sobretudo em Khan Younis, onde foram registados cinco mortos e vários feridos na sequência de um ataque de Israel contra uma residência, e há ainda registo de dois mortos e cinco feridos após um bombardeamento na mesma região,