CDS acusa Governo de "negligência" por não ter previsto estratégia para o exercício do direito ao voto de todos os portugueses

Agência Lusa , BCE
6 jan 2022, 17:22
CDS-PP

Os democratas-cristão consideram "inaceitável" que o executivo liderado por António Costa não tenha definido uma estratégia para que os portugueses em isolamento possam votar em segurança no dia das legislativas, em 30 de janeiro

O CDS considerou esta quinta-feira “inaceitável” que o Governo não tenha definido uma “estratégia para garantir que todas as pessoas” possam exercer o seu direito de voto, acusando o executivo de “pura negligência”.

“O CDS considera inaceitável que não tenha sido definida e divulgada uma estratégia para garantir que todas as pessoas poderão exercer livremente e em segurança o seu direito de voto”, frisou o deputado Miguel Arrobas durante a reunião da Comissão Permanente, órgão que substitui o plenário na sequência da dissolução do parlamento. 

O deputado centrista defendeu que “é absolutamente inaceitável que um português, esteja ele onde estiver, se veja impedido de votar por pura negligência do Governo, que não acautelou atempadamente as medidas que, como era previsível, poderiam ter de vir a ser tomadas”. 

Miguel Arrobas salientou que “não é a primeira vez” que Portugal tem eleições desde o início da pandemia – referindo-se às eleições presidenciais de janeiro de 2020, e às autárquicas de setembro de 2021 – e afirmou que a variante Ómicron “foi detetada em Portugal no fim de novembro e logo se soube que a sua transmissibilidade é muito superior às anteriores variantes”. 

Como é que, ao dia de hoje, ainda há tantas incertezas sobre como é que vai ser o processo de votação para as pessoas em isolamento? Como é que só agora é que o Governo pede pareceres para saber se estas pessoas poderão ou não votar?”, interrogou-se. 

Criticando ainda a atualização das normas da DGS quanto à redução do período de isolamento, o deputado do CDS inquiriu se o Governo pretende “deixar nas autarquias a responsabilidade de resolver este problema” e, abordando a possibilidade de suspender o isolamento de cidadãos infetados para poderem ir votar, interrogou-se sobre a sua coerência.

“Se as pessoas podem sair de casa para exercerem o seu direito constitucional a votar, porque motivo não podem sair de casa para ir trabalhar? E se os jovens de 18 anos também poderem sair de casa para exercer o seu direito de voto, porque motivo não podem sair de casa e ir às aulas, e assim aceder ao seu direito constitucional à educação?”, disse. 

CDS acusa Governo de nada ter aprendido em dois anos de pandemia

O deputado do CDS afirmou ainda que, apesar de dois anos em pandemia, o Governo “pouco aprendeu” e, em vez de agir antecipadamente, “continua quase sempre a reagir”. 

“Em vez de definir estratégias com sentido, eficazes, o Governo continua a lançar medidas avulsas, descoordenadas e que desorientam as pessoas”, afirmou. 

Miguel Arrobas indicou que, apesar de o processo de vacinação das duas primeiras doses ter corrido bem, face à propagação da variante Ómicron, que é “muito mais transmissível”, não percebe porque é que o “Governo não avança massivamente com a vacinação” da terceira dose, que já mostrou ser “essencial” na atual situação.

PSD juntou-se ao coro de crí

Também o PSD criticou o Governo por falta de planeamento, argumentando que "se por um lado a adesão dos portugueses à vacinação aumentou a capacidade do país para resistir à pandemia, é evidente que o não planeamento das doses de reforço, como o PSD alertou no final do verão, foi uma decisão do governo que diminuiu a capacidade de o país resistir à pandemia".

O deputado social-democrata Nuno Carvalho apontou que "o esforço dos profissionais de saúde no combate à pandemia foi crucial, mas a resposta do governo fui curta ou inexistente face aos alertas lançados por estes mesmos profissionais", fazendo referência a um conjunto de demissões em vários hospitais do país.

Nuno Carvalho alertou ainda para a situação de "doentes que não são diagnosticados nem tratados porque o Serviço Nacional de Saúde está no limite, como alertam os próprios profissionais do setor".

"Este é o resultado de um governo que tem a “mente fechada” para investir no Serviço Nacional de Saúde, mas mantém constantemente a “boca aberta” para dizer que o defende", criticou.

De acordo com o PSD, o primeiro-ministro "quer declarar-se vitorioso no combate à pandemia" mas "uma auto declaração de vitória é errada" não apenas porque a pandemia "ainda não terminou" mas também porque "quem vence a pandemia é o esforço coletivo dos portugueses, não é António Costa".

"A atitude correta do Governo seria focar-se nas decisões que habilitem o país a superar a pandemia. Por isso, se o Governo queria reclamar méritos esta quinta-feira tinha que saber tomar decisões no passado", vincou.

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