Mulher transgénero Isla Bryson condenada a oito anos de prisão por violar duas mulheres quando ainda era um homem

CNN Portugal , AM/BC
28 fev 2023, 12:41
Isla Bryson (Getty Images)

Crimes foram cometidos quando Isla Bryson era ainda Adam Graham, em 2016 e 2019

Isla Bryson, a mulher transgénero que esteve 48 horas detida numa prisão feminina antes de ser transferida para uma cadeia masculina, foi condenada esta terça-feira a oito anos de prisão por ter violado duas mulheres.

Os crimes foram cometidos quando Isla Bryson era ainda Adam Graham: um em Clydebank, em 2016, e outro em Glasgow, em 2019.

Isla Bryson era Adam Graham e em 2020, já acusado de violação, iniciou o processo de transição. Ao dia de hoje, com 31 anos, ainda não fez a cirurgia de redesignação de sexo, pelo que mantém os genitais masculinos.

A ex-mulher de Adam Graham, Shonna Graham, disse mesmo ao tabloide britânico Daily Mail que a mudança de sexo do antigo companheiro não passava de um esquema para desviar atenções e que Bryson estará a tentar enganar as autoridades com o único propósito de não cumprir pena num estabelecimento prisional masculino.

"Percebo porque é que ele não quer estar numa prisão com tantos homens grandes e assustadores, por isso inventou este estratagema para conseguir uma sentença muito mais fácil. Mas enviá-lo para uma prisão feminina é revoltante - será uma das reclusas vulneráveis a próxima vítima a ser atacada por ele? Ele não vai parar, está na sua natureza", garante a ex-mulher.

No julgamento, Bryson justificou as violações dizendo que estava num período emocionalmente conturbado e garantiu que sabia desde os quatro anos que vivia no corpo errado. A ex-mulher, por seu lado, assegura que nunca o antigo companheiro teve qualquer conversa sobre esses sentimentos e inseguranças.

"Nunca me disse nada sobre sentir que estava no corpo errado ou algo assim. Tenho muita simpatia pelos verdadeiros transexuais, é uma coisa difícil de viver, mas ele está apenas a contar tretas às autoridades. A sua transição de género é uma farsa para ter atenção e uma vida mais fácil na prisão", afirmou Shonna Graham, que há sete anos que tenta conseguir o divórcio. 

O caso de Isla Bryson gerou polémica e envolveu até a primeira-ministra da Escócia Nicola Sturgeon, já que o seu ministro da Justiça disse publicamente que confiava na decisão da direção dos serviços prisionais ao mandar Bryson para uma prisão feminina, uma das poucas que existem na Escócia. Depois de várias vozes se terem levantado contra a decisão dos serviços prisionais da Escócia, acusados de colocar em perigo as reclusas que ficariam detidas com uma pessoa acusada por crimes sexuais contra mulheres, acabaria por ser transferida de estabelecimento.

No parlamento, Sturgeon abordou diretamente o tema e garantiu aos deputados escoceses que Isla Bryson não ficaria na prisão feminina e que qualquer recluso que represente um risco de agressão sexual é colocado à parte dos restantes detidos enquanto é conduzida uma avaliação.

Europa

Mais Europa

Patrocinados