ISCTE cria primeiro laboratório de visualização imersiva e 3D de arquivos históricos nacionais

14 fev, 16:15
ISCTE (ISCTE)

Novo laboratório irá digitalizar os arquivos do Instituto da Mobilidade e Transportes, do Ministério da Defesa Nacional, e do Ephemera, entre outros

O ISCTE anunciou esta sexta-feira a criação do primeiro laboratório de visualização imersiva e 3D de arquivos históricos nacionais. Chama-se DAViD Lab e a primeira missão será digitalizar os arquivos do Instituto da Mobilidade e Transportes e também do Ephemera. 

O objetivo é que este projeto torne os arquivos acessíveis ao grande público ao mesmo tempo que serão estudados por equipas académicas multidisciplinares das áreas das engenharias, gestão, sociologia, história e políticas públicas. 

O laboratório vai dispor de grandes equipamentos com capacidade para registar e tratar os arquivos históricos do país, tendo, para isso, o ISCTE apresentado uma candidatura de 1,7 milhões de euros às verbas europeias do Portugal 2030.

“O DAViD Lab vai distinguir-se no panorama internacional por integrar numa única infraestrutura três processos essenciais: digitalização, processamento e visualização de dados”, afirma Jorge Costa, vice-reitor do Iscte. “Esta abordagem abre caminho para diversas aplicações, como a digitalização multidimensional de acervos e coleções — públicas ou privadas —, e de fachadas e interiores de edifícios, bem como a sua disponibilização em acesso aberto”, acrescenta, sublinhando que atualmente as infraestruturas nacionais e europeias limitam-se a apenas dois destes três processos.

Em comunicado, o Iscte diz que já está a finalizar as primeiras parcerias com aquelas entidades detentoras de grandes arquivos históricos. Também o processo de digitalização do arquivo do Ministério da Defesa Nacional está a ser avaliado pelo ministro da Defesa. 

O financiamento virá das verbas europeias geridas pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT).

O arquivo digital que o DAViD Lab vai produzir para os seus parceiros incluirá três formas de visualização. Desde logo a remota, que será acessível ao público, quer a partir do site de cada instituição, quer a partir do site do próprio laboratório do Iscte. O DAViD Lab vai também proporcionar nas suas instalações experiências imersivas, nas quais o público poderá ver os documentos e objetos bidimensionais, em 3D, em realidade aumentada ou em vídeos/filme em que a Inteligência Artificial cria os ambientes a que estes se referem: sons, ventos ou cheiros poderão fazer parte da experiência. O laboratório contará salas e equipamentos no Iscte para proporcionar ambientes multissensoriais e para explorar os dados de forma imersiva e interativa.

No caso de historiadores, técnicos ou outros interessados quererem manusear os próprios documentos físicos e objetos que consultaram digitalmente, poderão requisitá-los às entidades que os detêm e ter acesso a eles em instalações de que estas vão passar a dispor. No caso do acervo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, este poderá ser requisitado online e consultado pessoalmente nas instalações do IMT na Avenida Barbosa du Bocage, em Lisboa.

“O Iscte não se vai limitar ao registo digital dos acervos que vai tratar: vai disponibilizá-lo ao estudo interdisciplinar das áreas científicas da Engenharia, Gestão e Marketing, Ciência de Dados, Comunicação e Jornalismo, Psicologia, Sociologia, Antropologia e História e Políticas Públicas”, afirma o vice-reitor Jorge Costa. “Esta multidisciplinariedade permitirá desenvolver uma vasta gama de projetos nestes domínios científicos”.

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