Mundial 2022: Irão estará a ameaçar famílias de jogadores com prisão e tortura caso “não se comportem”

29 nov 2022, 18:14
Seleção iraniana (AP)

Antes do Mundial começar, o governo iraniano terá tentado convencer os jogadores a não protestar com “presentes e carros”, mas, após o embate frente a Inglaterra, terá passado a recorrer à coação

As famílias dos jogadores iranianos que participam no Mundial 2022 terão sido ameaçadas pelas autoridades do país caso os jogadores “não se comportem”. A informação foi avançada pela CNN Internacional, que cita fonte da equipa envolvida em garantir a segurança dos jogos da competição.

Segundo a mesma fonte, as famílias dos jogadores, entre eles Mehdi Taremi, do FC Porto, terão sido ameaçadas com “violência e tortura” caso os jogadores não cantassem o hino ou fizessem outro qualquer protesto contra o governo do Estado teocrático.

De acordo com a CNN Internacional, esta ameaça foi transmitida aos jogadores durante uma reunião entre o plantel e membros da Guarda Revolucionária Iraniana após o embate frente a Inglaterra, marcado precisamente pelo facto de os jogadores não terem cantado o hino antes do jogo.

A fonte garante ainda que há dezenas de agentes iranianos a monitorizar o comportamento dos atletas, que não podem reunir-se fora do contexto competitivo. "Há um grande número de agentes de segurança iranianos no Catar que recolhem informações e controlam os intervenientes", diz a fonte citada pela CNN Internacional.

Antes do Mundial começar, o governo iraniano terá tentado convencer os jogadores a não protestar com “presentes e carros”, mas, após o embate frente a Inglaterra, terá passado a recorrer à coação.

"No último jogo contra o País de Gales, o regime enviou centenas de atores, que fingiram ser apoiantes, a fim de criar uma falsa sensação de apoio e favorabilidade entre os adeptos. Para o próximo jogo contra os Estados Unidos, o regime está a planear aumentar significativamente o número de atores para milhares", refere a fonte.

O Irão tem vivido meses de intensa convulsão social desde a morte de Mahsa Amini, espancada brutalmente pelas autoridades por não usar o véu islâmico. Centenas de pessoas morreram durante as manifestações contra o regime, as maiores desde a Revolução Islâmica de 1979.

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