Irão apresenta novo míssil balístico num momento de tensão com o Ocidente

Agência Lusa , AG
25 fev 2023, 08:08
Exposição de mísseis no Irão (Vahid Salemi/AP)

País avisa que tem mísseis com alcance de dois mil quilómetros que podem atingir "porta-aviões americanos" e deixou mensagem à União Europeia

A Guarda Revolucionária Iraniana apresentou um novo míssil balístico com um alcance de 1.650 quilómetros, num momento de tensão com o Ocidente sobre a venda de drones à Rússia e a repressão dos protestos desencadeados pela morte da jovem Mahsa Amini em setembro.

"Acrescentámos um novo míssil com um alcance de 1.650 quilómetros ao arsenal da República Islâmica", disse na sexta-feira à noite o comandante da Força Aeroespacial Revolucionária, o general Amir Ali Hajizadeh.

Hajizadeh assinalou que Teerão tem mísseis com um alcance de dois mil quilómetros que podem atingir "porta-aviões americanos" e enviou uma mensagem à União Europeia.

"Limitámos o alcance dos nossos mísseis a dois mil quilómetros, por respeito aos europeus. Esperamos que os europeus mantenham a sua dignidade", disse Hajizadeh.

Isto é uma alusão às tensões entre o Irão e a Europa sobre as sanções europeias contra Teerão devido à repressão dos protestos contra a morte de Mahsa Amini, bem como à venda de drones à Rússia, que os utilizou na invasão da Ucrânia.

Em janeiro, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução apelando ao Conselho da União Europeia a considerar a Guarda Revolucionária Iraniana e as suas forças subsidiárias, tais como a milícia paramilitar Basij e a Força Quds, como uma organização terrorista.

Esta resolução veio agravar as difíceis relações entre o Irão e os países europeus, apesar de a Guarda Revolucionária não ter sido designada como um grupo terrorista.

Os mísseis balísticos do Irão são uma fonte de preocupação para os EUA, Europa e alguns países do Médio Oriente, embora as autoridades de Teerão afirmem que apenas têm uma função defensiva e dissuasora.

Mahsa Amini foi detida em setembro numa rua de Teerão pela “polícia da moral” por usar incorretamente o ‘hijab’ (véu islâmico), acabando por morrer dias depois no hospital, o que originou vários meses de protestos sem precedentes no país e no mundo.

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