Já morreram 522 em protestos pela morte de Mahsa Amini, diz ONG

Agência Lusa
15 jan 2023, 11:30
Protestos no Irão (Ozan Kose/AFP/Getty Images)

De acordo com a HRANA, estarão detidas cerca de 20.000 pessoas, incluindo 110 que correm o risco de sentenças de morte sob a lei islâmica

A HRANA, uma organização de defesa dos direitos humanos, elevou para 522 o número de mortos no Irão nas manifestações desencadeadas pela morte da jovem Mahsa Amini sob custódia policial, em setembro.

A HRANA – sigla de ‘Human Rights Activists News Agency’ (em português, 'Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos') – estima que entre os mortos existam 70 menores e 68 agentes da polícia, bem como chefes das forças de segurança iranianas.

De acordo com a HRANA, estarão detidas cerca de 20.000 pessoas, incluindo 110 que correm o risco de sentenças de morte sob a lei islâmica.

Foram já executadas quatro pessoas e pelo menos 17 foram condenadas à morte na sequência das manifestações que têm marcado o quotidiano do Irão após a morte da jovem iraniana curda Mahsa Amini, que tinha sido detida por alegadamente violar o rígido código de vestuário imposto às mulheres no Irão.

A HRANA tem sede nos Estados Unidos e é especializada na monitorização de situações humanitárias.

Já a organização não-governamental Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, na Noruega, mantém o balanço de mortos divulgado há cinco dias: 481 óbitos, entre os quais 64 crianças e 35 mulheres.

O governo iraniano não comentou estes números ou os relatórios das organizações.

Os protestos dos últimos meses, fortemente reprimidos pelas autoridades, evoluíram e os manifestantes reivindicam agora o fim do regime teocrático designado como “República Islâmica”, fundado em 1979 pelo ‘ayatollah’ Ruhollah Khomeini, autoridade religiosa xiita iraniana e líder espiritual e político da revolução que nesse ano depôs o xá do Irão, Mohammad Reza Pahlavi.

Teerão tem acusado os Estados Unidos, Israel, Reino Unido, França e Alemanha de estarem por trás dos protestos.

Segundo a Amnistia Internacional (AI), o Irão é um dos países que mais executa pessoas.

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