Irão: protestos já fizeram mais de 40 mortos e mais de mil detidos

PP com Reuters e Lusa
25 set 2022, 19:26
Manifestações no Irão (Associated Press)

Nove dias após a morte de Mahsa Amini, os protestos continuam nas ruas. Entretanto, o Governo também mobilizou milhares de cidadãos em marchas contra os manifestantes que pedem mais liberdades

Nove dias depois da morte de Mahsa Amini, após ser detida pela polícia da moralidade por usar o véu obrigatório no país alegadamente de forma errada, parece que os protestos estão a acalmar, mas é difícil analisar a situação, dadas as restrições impostas pelo Governo à internet e à informação.

As redes móveis são cortadas à tarde e à noite, e a situação da internet fixa piorou com operadoras como a Mobinnet a ter “apagões”, explicou a NetBlocks, uma plataforma que estuda a censura ‘online’.

As autoridades não avançam com números oficiais de mortos e detidos, mas televisão estatal iraniana avança com 41 vítimas mortais. Quanto aos detidos, o valor já ascende a 1.186, escreve a agência Reuters. A agência de notícias Mehr, também avançou, este domingo, que entre as vítimas mortais estão oito elementos da Guarda Revolucionária.

Ainda segundo a Reuters o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amirabdollahian, também criticou, este domingo, o apoio dado pelos Estados Unidos aos manifestantes. Segundo a Efe, o embaixador britânico foi convocado em protesto contra a divulgação de notícias pelos órgãos de comunicação social do Reino Unido em relação à morte da jovem Mahsa Amini nas instalações policiais. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão também convocou o embaixador norueguês por comentários de “ingerência” do presidente do Parlamento, Masud Gharahjani, sobre os protestos no Irão, através da rede social Twitter.

O Comité para a Proteção dos Jornalistas avançou que, nos últimos dias, pelo menos 18 jornalistas foram detidos.

Este domingo, pelo segundo dia consecutivo, o Governo iraniano voltou a mobilizar milhares de cidadãos em todo o país em marchas contra os protestos por causa de Amini.

Estes manifestantes exibiram cópias do Alcorão, bandeiras iranianas e fotos do líder supremo Ali Khamenei em Teerão, onde marcharam cantando “morte ao manifestante” e “morte ao insurrecto”, mas também os habituais “morte à América” e “morte a Israel”, que acusam de estarem por detrás dos protestos. Defenderam ainda a aplicação da lei com ‘slogans’ de apoio à polícia e ao líder Khamenei.

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