Energia nuclear: "A bola está do lado de Teerão" para finalizar acordo

Agência Lusa
22 mar 2022, 21:04
Bandeira do Irão

Os EUA afirmam que ainda existem "um certo número de questões difíceis" para resolver

Os Estados Unidos advertiram hoje que cabe ao Irão desbloquear as negociações para salvar o acordo sobre o programa nuclear iraniano, que ainda se debate com algumas questões “difíceis”.

“A bola está do lado de Teerão, a quem cabe tomar as decisões que pode considerar difíceis”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, interrompendo, pelo segundo dia consecutivo, um certo otimismo instalado desde o início de março. “Há um certo número de questões difíceis que ainda estamos a tentar resolver”, acrescentou.

Segundo o porta-voz da diplomacia norte-americana, “um acordo deste tipo nunca está iminente ou é certo, e é por isso que, durante uma boa parte do ano, [os Estados Unidos] se prepararam para todas as hipóteses, para todos os cenários”, incluindo o fracasso das negociações e a morte do acordo destinado a impedir o Irão de se dotar de armas nucleares.

“Discutimos longamente alternativas com os nossos parceiros na região (Médio Oriente] e com os nossos aliados europeus, preparámo-nos muito”, salientou, sem contudo fornecer pormenores sobre um plano B.

Apenas reiterou que o compromisso do Presidente norte-americano, Joe Biden, de impedir o Irão de se dotar de armas nucleares será mantido, com ou sem acordo com Teerão.

No último ano, decorreram em Viena difíceis negociações para restaurar o acordo nuclear assinado em 2015 por Teerão e pelas potências mundiais (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – e a Alemanha).

Em 2018, o então Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do acordo nuclear, e o atual inquilino da Casa Branca, Joe Biden, prometeu restaurá-lo.

O Irão, com a economia asfixiada, tem apelado para o alívio das sanções, mas tem tentado resistir às duras exigências dos restante signatários.

As negociações quase chegaram a bom porto no início deste mês, antes de Moscovo exigir que o seu comércio com o Irão fosse excluído das sanções que lhe foram impostas pelo Ocidente por ter invadido a Ucrânia, o que lançou o caos no processo negocial.

Os negociadores terão de voltar a reunir-se na capital austríaca, não estando agora claro com que obstáculos se depararão.

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