Trump anuncia ataques aéreos “muito bem-sucedidos” em três instalações nucleares no Irão

CNN , Kevin Liptak e Alejandra Jaramillo
22 jun, 04:28
O presidente Donald Trump fala na Sala Leste da Casa Branca, em Washington, no sábado, 21 de junho de 2025, após o exército dos EUA ter atacado três instalações nucleares e militares iranianas, juntando-se diretamente aos esforços de Israel para destruir o programa nuclear do país, enquanto o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário de Defesa Pete Hegseth ouvem. (Carlos Barria/Pool via AP)

Estados Unidos entram numa frente de guerra

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou este sábado à noite (já madrugada de domingo em Portugal) que as forças militares dos EUA lançaram bombas em três instalações nucleares iranianas, encerrando um período de deliberação de uma semana sobre a adesão à campanha de Israel contra Teerão e empurrando os Estados Unidos diretamente para um conflito crescente no Médio Oriente.

“Concluímos o nosso ataque muito bem-sucedido contra três instalações nucleares no Irão, incluindo Fordow, Natanz e Esfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano”, escreveu Trump na rede social Truth Social.

Trump acrescentou que “uma carga total de BOMBAS foi lançada sobre a instalação principal, Fordow”.

O governante encerrou a sua mensagem com um apelo à paz.

“Não há outro exército no mundo que pudesse ter feito isso”, escreveu Trump. “AGORA É HORA DE PAZ!”

O presidente anunciou numa publicação subsequente que se dirigiria à nação às 22h00 (três da manhã em Lisboa).

“Este é um MOMENTO HISTÓRICO PARA OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, ISRAEL E O MUNDO. O IRÃO DEVE AGORA CONCORDAR EM ENCERRAR ESTA GUERRA. OBRIGADO!”, escreveu Trump numa publicação na rede social Truth Social. Ele republicou também uma publicação nas redes sociais que dizia: “FORDOW DESAPARECEU.

A decisão de atacar diretamente o Irão aumenta significativamente as tensões e representa uma das escolhas mais importantes do segundo mandato de Trump. O debate sobre se se deveria atacar diretamente o Irão dividiu a coligação política de Trump, com preocupações elevadas entre alguns membros da base republicana de que a intervenção poderia arrastar os EUA para um novo conflito prolongado.

É a primeira vez em várias décadas — desde a revolução iraniana em 1979 — que um presidente americano mobiliza recursos da Força Aérea para atacar instalações importantes no país.

Bombardeiros americanos B-2 foram usados na operação para atacar os três locais, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto.

Os bombardeiros B-2 são os únicos aviões capazes de transportar o "Massive Ordinance Penetrator", que especialistas destacaram como o único tipo de bomba potencialmente capaz de destruir a instalação nuclear subterrânea de Fordow, no Irão. Cada bombardeiro B-2 é capaz de transportar duas dessas bombas “bunker buster".

A decisão de atacar especificamente a instalação de Fordow, que sucessivos presidentes dos EUA consideraram, mas acabaram por rejeitar, irá agora colocar Trump diretamente numa crise crescente que ele esperava poder resolver através da diplomacia.

Os EUA avisaram Israel sobre os ataques antes de os lançar, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto à CNN. Trump e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também falaram no sábado à noite após os ataques, disseram duas fontes da Casa Branca.

Enquanto Trump ponderava a sua decisão, o Irão prometeu retaliar qualquer agressão dos EUA, e os recursos militares americanos começaram a se concentrar na região para se preparar para qualquer ação retaliatória do Irão.

Trump espera que os ataques levem Teerão de volta às negociações e, no momento, não planeia ações adicionais dos EUA dentro do Irão, enquanto pressiona os líderes iranianos a “concordarem em acabar com esta guerra”, segundo fontes familiarizadas com o assunto.

Trump passou a acreditar nos últimos dias que as forças americanas eram necessárias para destruir as instalações nucleares altamente fortificadas do Irão e tomou a decisão quando ficou claro que a diplomacia continuava num impasse.

Embora Trump continue a ter esperança de que a diplomacia agora possa prosseguir, as forças americanas na região estão preparadas para uma retaliação iraniana.

 

Foto no topo: O presidente dos EUA, Donald Trump, fala na Sala Leste da Casa Branca, em Washington, na noite de sábado, 21 de junho de 2025 (já madrugada de domingo em Lisboa), depois de o exército dos EUA ter atacado três instalações nucleares e militares iranianas, juntando-se diretamente aos esforços de Israel para destruir o programa nuclear do país, enquanto o vice-presidente JD Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário de Defesa Pete Hegseth ouvem. (Carlos Barria/Pool via AP)

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