IPO do Porto investe 2 milhões de euros em equipamentos e no Serviço de Medicina Nuclear

Agência Lusa , DCT
10 fev 2023, 13:59
IPO Porto

Segundo o IPO do Porto, os tumores neuroendócrinos e da próstata são as áreas de especialidade em que já se verificaram os primeiros resultados com a produção interna de radiofármacos

O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto prevê investir dois milhões de euros até 2024 na radiofarmácia do Serviço de Medicina Nuclear, em radiofármacos e na aquisição de equipamento, revelou esta sexta-feira a unidade de saúde.

“A incidência das neoplasias [tumor que ocorre pelo crescimento anormal do número de células] tende a aumentar. Felizmente existem cada vez mais tecnologias que estão disponíveis e que estão a ter impacto no controlo da doença oncológica. Os radiofármacos são uma forma muito interessante e inteligente de tratar a doença oncológica. Infelizmente não num número muito significativo de patologias ainda, mas está progressivamente a aumentar o número de indicações para os quais se pode usar este tipo de medicamentos”, disse o presidente o IPO do Porto, Júlio Oliveira.

Com este investimento, o IPO do Porto pretende preparar radiofármacos inovadores nas suas instalações com o objetivo de aumentar a capacidade de resposta a tratamentos personalizados para os doentes.

De acordo com informação remetida à agência Lusa pela instituição, “os radiofármacos mais recentes são medicamentos radioativos que permitem simultaneamente aplicações diagnósticas e terapêuticas em oncologia”.

Segundo o IPO do Porto, os tumores neuroendócrinos e da próstata são as áreas de especialidade em que já se verificaram os primeiros resultados com a produção interna de radiofármacos.

“Na Medicina Nuclear estamos a fazer uma aposta na investigação clínica, oferecendo aos doentes outras oportunidades de tratamento após terem esgotado as oportunidades de tratamento convencionais”, sintetizou Júlio Oliveira.

Esta aposta também vai ao encontro do objetivo do IPO do Porto de investir em ensaios clínicos, conforme referiram Júlio Oliveira e o diretor do Serviço de Medicina Nuclear, Hugo Duarte.

“Podemos ser autónomos. Não estamos tão dependentes de fornecedores externos para nos fornecer estes fármacos mais inovadores”, disse o diretor, acrescentando que a participação em mais ensaios clínicos em muitos casos “depende da capacidade” da instituição preparar os radiofármacos de que precisa, bem como de obter imagens e fazer os tratamentos inerentes aos exames.

Do total de um milhão de euros em investimento já em curso, destaca-se a tranche de 350 mil euros que visou a melhoria estrutural das instalações e a aquisição de equipamentos tecnológicos de ponta, nomeadamente um isolador blindado com fluxo laminar (classe A).

No resumo feito à Lusa, o IPO do Porto diz ser o primeiro hospital português a usufruir de uma sala com este modelo e funcionalidades, sendo um centro de referência na área do teranóstico, técnica que junta diagnóstico e terapêutica.

Em 2022, o Serviço de Medicina Nuclear do IPO do Porto realizou mais de 5.100 exames PET (imagens tridimensionais da distribuição das moléculas marcadas no corpo humano) e 486 terapêuticas inovadoras.

O IPO do Porto iniciou, em 2019, a unidade de ensaios clínicos de fase precoce.

Atualmente são sete os ensaios clínicos ativos de Fase I.

Já no total de ensaios de várias fases, o IPO do Porto soma 158 ensaios clínicos ativos com cerca de 430 doentes incluídos.

As recomendações internacionais apontam para o objetivo de incluir pelo menos 10% de doentes em ensaios clínicos.

Ciência

Mais Ciência

Patrocinados