Percentagem de território em seca severa ou extrema duplicou em quinze dias

21 fev 2022, 11:21

A avaliação revelada pelo IPMA confirma que a temperatura nas primeiras semanas de fevereiro foi superior ao normal para a época e a chuva que caiu foi apenas 7% daquilo que é habitual

Duplicou em duas semanas a percentagem de território português em seca severa ou extrema: de 45,7% a 31 de janeiro para 90,8% a 15 de fevereiro. 

Confirmaram-se, assim, as piores previsões feitas no final de janeiro pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Nunca antes, neste século, o país chegou a esta altura de fevereiro com tantas regiões do Continente em seca severa ou extrema. 

Segundo o IPMA, 38,6% do país está agora em seca extrema, 52,2% em seca severa e 9,2% em seca moderada.

A avaliação revelada pelo IPMA confirma que a temperatura nas primeiras semanas de fevereiro foi superior ao normal para a época e a chuva que caiu foi apenas 7% daquilo que é habitual, havendo distritos como Castelo Branco, Évora e Setúbal onde essa percentagem ronda os 2%.

As percentagens de água no solo também são muito baixas, especialmente na região Nordeste e na região Sul, com muitos locais a atingirem um ponto, segundo o IPMA, que leva as plantas a murcharem por falta de água.

A previsão mensal do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF) vaticina que até final de fevereiro "não se prevê a ocorrência de precipitação significativa em todo o território". Cenário igualmente dramático no que diz respeito às temperaturas do ar, cuja tendência será para valores superiores ao normal para todo o território, em especial para a região interior Centro e Sul. O ECMWF conclui, portanto, que de acordo com as previsões meteorológicas, "será muito provável a continuação da situação de seca meteorológica no final de fevereiro".

Os ministros da Agricultura de Portugal e Espanha apresentam esta segunda-feira à Comissão Europeia um conjunto de medidas para “minimizar” os efeitos da seca na Península Ibérica, esperando “sensibilidade” de Bruxelas para os problemas que o setor agrícola enfrenta.

Em declarações à chegada para um Conselho de Ministros da Agricultura da UE, a ministra Maria do Céu Antunes disse que se trata de tentar minimizar “um duplo efeito que se faz sentir nas explorações agrícolas, que decorre da seca que já tem um impacto a esta altura”, mas também do “elevado custo das matérias-primas que se faz sentir, que tem um efeito especialmente grave sobre as explorações pecuárias”.

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