IPMA alerta para novo agravamento da chuva em Portugal Continental esta manhã. "Uma situação extrema num inverno muito rigoroso"

Rafaela Laja , notícia atualizada às 12:00
13 dez 2022, 07:21
Cheias em Lisboa

Presidente do Conselho Diretivo do IPMA fala num "enorme" nível de precipitação, prevendo-se um aumento do caudal dos rios, além das cheias urbanas

O IPMA prevê um novo agravamento do estado do tempo para esta terça-feira em todo o território de Portugal Continental, com período de chuva mais intensa cerca das 13:00.

À CNN Portugal, Jorge Miranda, presidente do Conselho Diretivo do IPMA, fala num "enorme" nível de precipitação e explica que este quadro de chuvas fortes "é diferente do dia 7", com picos de precipitação superiores a 40mm por hora, que se agravará dentro de duas horas. "Estamos a falar de uma situação extrema num inverno muito rigoroso", afirma.

Além das inundações urbanas, o IPMA prevê ainda o aumento do caudal dos rios. "Temos cheias do tipo urbano e que ainda vão causar muitos prejuízos, mas também cheias devido ao sistema fluvial transbordar".

"Não ha sistemas capazes de escoar a água rapidamente", frisa.

Nesse sentido, Jorge Miranda faz um aviso à população para que não circule na hora de ponta: "Todo o cuidado é pouco. É ideal não criar mais problemas dos que já existem. Estamos num período longo e complicado".

Horas mais tarde, o IPMA fez uma nova atualização, prevendo que o estado do tempo deverá agravar-se a partir das 13:00/14:00 e até às 18:00 esta terça-feira, tendo já sido emitido aviso laranja para todos os distritos do continente, exceto Bragança.

“Vai agora haver um agravamento, mas não sabemos bem qual é a dimensão desse agravamento”, referiu Jorge Miranda, desta vez à Lusa, cerca das 12:00.

“Os modelos são incoerentes e por isso metemos tudo a laranja, menos Bragança, por duas razões: primeiro, porque é difícil dizer onde se vai concentrar a precipitação. […] Por outro lado, temos de chamar a atenção de que existem impactos negativos fora da cidade de Lisboa e também temos de olhar para eles”, explicou.

De acordo com o presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em termos de intensidade de chuva, o dia de hoje não foi mais gravoso do que na passada quarta-feira.

“Foi diferente [esta madrugada], foi mais longo, foi. Foi mais persistente, mas menos intenso. Alguns efeitos até foram inferiores porque as autoridades locais estavam muito mais preparadas. Os túneis foram fechados e as rotundas ocupadas com a Polícia Municipal. Foi bem feito, mas a chuva foi persistente durante várias horas. Claro que criou alagamentos e muito mais situações”, disse.

Por isso, acrescentou, existiu “o aviso vermelho durante a noite exatamente para chamar a atenção de que se iam ultrapassar as seis horas seguidas com precipitação intensa”.

Miguel Miranda referiu que na quarta-feira deverá registar-se um desagravamento da situação.

“Poderá haver um desagravamento, mas basta olhar para o Atlântico Norte para ver outra depressão a progredir em nossa direção, o sistema de sucessões de depressões que atingem o continente português não está parado. Estamos a ver no Atlântico Norte a formar-se outra situação semelhante cujo impacto estamos ainda por determinar”, salientou.

O presidente do IPMA disse ainda que irão fazer “sair a informação logo que a tenham”.

A chuva intensa que caiu hoje de madrugada e de manhã na região de Lisboa, Setúbal e Alentejo causou inundações e lençóis de água, que obrigaram ao corte de dezenas de vias e de algumas linhas ferroviárias.

A Proteção Civil nacional apelou hoje de manhã aos cidadãos para restringirem ao máximo as deslocações por causa do mau tempo, que provocou durante a noite centenas ocorrências nos distritos de Lisboa e Setúbal e deverá manter-se até quarta-feira.

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