Sobe para 443 o número de mortos devido às cheias na África do Sul

Agência Lusa , SS
17 abr 2022, 17:13
Inundações na África do Sul

O balanço foi feito este domingo pelas autoridades locais. A maioria das vítimas é da região de Durban, onde dezenas de vítimas morreram em poucos segundos e crianças e bebés perderam a vida afogados ou enterrados em deslizamentos de lama

As recentes inundações registadas na África do Sul já fizeram 443 mortos, principalmente na região de Durban, na costa leste do país, e 63 desaparecidos. O balanço foi feito este domingo pelas autoridades locais. “O número de mortos aumentou para 443", referiu o chefe de governo da província de KwaZulu-Natal, Sihle Zikalala, numa conferência de imprensa, citado pela agência France-Presse (AFP).

A maioria das vítimas é da região de Durban, cidade portuária de 3,5 milhões de habitantes aberta ao oceano Índico, onde fortes chuvas têm vindo a causar inundações e deslizamentos de terras. A chuva continua a cair em alguns lugares, mas de forma insignificante em comparação com os dias anteriores.

"O risco de inundações é hoje baixo em KwaZulu-Natal", disse à AFP Puseletso Mofokeng, do Instituto Nacional de Meteorologia, acrescentando que a precipitação se dissipará “completamente entre quarta-feira e o fim da próxima semana”.

Nos últimos dias, ministros e líderes tradicionais têm estado no terreno a avaliar a extensão dos danos e a apoiar os enlutados. Segundo a AFP, há famílias dizimadas, que perderam vários membros em poucos segundos, e crianças e bebés afogaram-se ou foram enterrados em deslizamentos de lama.

Neste domingo de Páscoa, os pedidos de oração pelas vítimas multiplicaram-se. "Esta é uma tragédia de proporções esmagadoras", disse Thabo Makgoba, arcebispo da Cidade do Cabo e sucessor de Desmond Tutu, aludindo ao "stress e dor" que a situação representa para a comunidade.

Apesar de se manterem em alerta, os serviços de emergência estão a receber menos chamadas. "O número de casos relacionados com inundações diminuiu", disse à AFP Robert McKenzie, que faz parte da equipa de socorro.

Cerca de 340 membros dos serviços sociais foram destacados para prestar apoio psicológico nas áreas afetadas. Os vales alimentares, uniformes escolares e cobertores ainda estão a ser distribuídos.

Mais de 250 escolas foram afetadas, quase 4.000 casas arrasadas e mais de 13.500 danificadas. Também muitos hospitais foram danificados.

As autoridades estimam centenas de milhões de euros de prejuízos, numa região que já tinha sido destruída em julho, durante uma onda de tumultos e pilhagens.

Estão a ser recolhidas doações de todo o país, incluindo dos postos de bombeiros, e o governo já anunciou 63 milhões de euros (mil milhões de rands) de ajuda do fundo de emergência.

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